![Adriano Correia de Oliveira homenageado em Coimbra com concerto solidário](/assets/img/blank.png)
O espetáculo, a realizar na sexta-feira, às 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, contará com a atuação de Paulo Vaz de Carvalho, Rui Pato, Manuel Rocha, Carlos Alberto Moniz, Zé Perdigão, António Ataíde, Manuel Freire e a banda Pensão Flor (na foto).
A Associação José Afonso também se associa ao espetáculo, com os músicos José Beato e Miguel Oliveira, e “o poeta Manuel Alegre, que tanta e tão boa poesia confiou à voz de Adriano”, apoia igualmente a iniciativa, tal como o Centro Artístico Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira, que disponibilizou uma coleção de fotografias do homenageado, exposta no TAGV.
Além de evocar “o músico de intervenção, que foi membro desta casa de estudantes de Coimbra na década de 1960”, o concerto, face à “disponibilidade fantástica manifestada pelos artistas convidados”, constituirá “mais um contributo para o processo de aquisição do imóvel onde está instalada a Rás-Teparta”, disse à agência Lusa, Filipa Xavier, uma das 11 atuais residentes na república.
Situada na Alta da cidade, na rua da Matemática, a Rás-Teparta ficou sob “séria ameaça” em consequência da “nova Lei das Rendas”, tornando-se a aquisição do respetivo imóvel a “única forma de assegurar o seu futuro”, sublinhou a estudante.
Os repúblicos da Rás-Teparta constituíram uma associação, há cerca de dois anos, para comprarem a casa e, assim, ultrapassarem as dificuldades decorrentes da nova legislação, que implicou a subida das rendas das casas, que em relação às repúblicas pode atingir aumentos de 6.300%, segundo o Conselho das Repúblicas.
A Associação da Real República Rás-Teparta comprou o imóvel por cerca de 80 mil euros (sobretudo com recurso a empréstimos de antigos residentes na casa), dos quais lhe falta pagar cerca de metade, adiantou Filipa Xavier. “As receitas da bilheteira, descontados os custos de produção associados ao arrendamento da sala do TAGV, serão empregues no pagamento do imóvel que alberga a nossa República, onde sucessivas gerações de estudantes universitários se vêm formando, académica e civicamente, desde 1943”, disse Filipa Xavier.
O TAGV tem 760 lugares e os ingressos para o espetáculo custam 10 euros.
No final de 2013, desapareceu a República 5 de Outubro, estando, então, sete outras das 26 repúblicas da cidade em risco de fechar devido à atualização das rendas, alertou o Conselho das Repúblicas.
Na terça-feira, a Assembleia Municipal de Coimbra aprovou, por unanimidade, uma recomendação ao executivo camarário, para que inicie “de imediato uma segunda fase de reabilitação urbana” na Alta e na Baixa da cidade que contemple as repúblicas de estudantes, ao contrário do que vem sucedendo.
Aquele órgão quer que a reabilitação das repúblicas, a sua aquisição e/ou arrendamento passem a dispor de apoios idênticos aos concedidos às habitações integradas na área abrangida por aquele programa de requalificação urbana.
As repúblicas são Património da Humanidade, no âmbito da classificação atribuída, em junho de 2013, à Universidade Alta e Sofia, embora nem todas integrem a zona distinguida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
@Lusa
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