
Tom Cruise vai receber um Óscar honorário, após quatro nomeações sem nunca ganhar.
O ator e produtor norte-americano junta-se à atriz, produtora e coreógrafa Debbie Allen e ao diretor artístico Wynn Thomas nos homenageados da 16.ª cerimónia dos Governors Awards, que terá lugar em Los Angeles a 16 de novembro.
Ainda que seja recordada como atriz em "Das 9 às 5" (1980), "A Melhor Casa de Prazer do Texas" (1982) ou "Flores de Aço" (1989), a cantora Dolly Parton vai ser homenageada com o Prémio Jean Hersholt "pela sua dedicação inabalável" ao trabalho humanitário.
As distinções foram anunciadas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas esta terça-feira.
"O Prémio Governador deste ano irá homenagear quatro personalidades lendárias cujas carreiras extraordinárias e o seu compromisso com a nossa comunidade cinematográfica continuam a deixar um impacto duradouro", afirmou a presidente da Academia, Janet Yang, citada em comunicado.
O Prémio Honorário, uma estatueta dos Óscares, é atribuído para homenagear distinções extraordinárias por realizações ao longo da vida, contribuições excecionais para o estado das artes e ciências cinematográficas em qualquer disciplina, ou por serviços excecionais à Academia.

Tom Cruise, que fará 63 anos a 3 de julho, foi nomeado quatro vezes sem nunca ganhar a estatueta dourada: Melhor Ator por "Nascido a 4 de Julho" (1989) e "Jerry Maguire" (1996), Ator Secundário por "Magnolia" (1999) e como produtor de "Top Gun: Maverick", que esteve na corrida para Melhor Filme (2022).
"O incrível compromisso de Tom Cruise com a nossa comunidade cinematográfica, com a experiência de ver filmes nas salas de cinema e com a comunidade de duplos tem inspirado todos", destacou Janet Yang.
Cruise, “um dos atores mais reconhecidos e com maior receita de bilheteira de sempre”, tem sido um “defensor dedicado da experiência de cinema e ajudou a indústria a ultrapassar um período desafiante durante a pandemia de COVID-19", adianta a Academia.
Além dos oito filme de "Missão Impossível", a impressionante carreira que começou com "Um Amor Interminável" (1981) e "O Clarim da Revolta" (1981) inclui títulos incontornáveis do cinema norte-americano das últimas décadas: "Os Marginais" (1983), "Negócio Arriscado" (1983), "Top Gun - Ases Indomáveis" (1985), "A Cor do Dinheiro" (1986), "Rain Man - Encontro de Irmãos" (1988), "Uma Questão de Honra" (1992), "A Firma" (1993), "Entrevista com o Vampiro" (1994), "De Olhos Bem Fechados" (1999), "Relatório Minoritário" (2002), "O Último Samurai" (2003), "Colateral" (2004), "Tempestade Tropical" (2008) e "No Limite do Amanhã" (2014).
Chegou a ser visto como o salvador de Hollywood: no início de 2023, tornou-se viral um comentário de Spielberg a Tom Cruise de que tinha salvo a indústria ao esperar dois anos para lançar "Top Gun: Maverick", que trouxe públicos de todas as idades de regresso às salas de cinema após a pandemia.

Com 75 anos, Debbie Allen é descrita no comunicado como "uma coreógrafa e atriz pioneira, cujo trabalho tem cativado gerações e atravessado géneros".
O seu papel mais famoso é o da professora Lydia Grant no filme "Fama" (1980), que repetiu na série homónima (1982-1987).
O seu trabalho no pequeno ecrã e nos palcos é mais vasto do que no grande ecrã: destacam-se principalmente como atriz "Ragtime" e a produção de "Amistad" (1997), de Steven Spielberg. Foi ainda a coreógrafa de sete cerimónias dos Óscares, além de filmes como "Esqueça Paris", "A Jazzman's Blues" e "The Six Triple Eight".
Nunca nomeado para um Óscar, Wynn Thomas "deu vida a alguns dos filmes mais marcantes com um olhar visionário e domínio da sua arte", destacou a Academia.
O diretor artístico começou a carreira ao mesmo tempo de Spike Lee, numa colaboração que junta títulos como "Não Dês Bronca" (1989), "Quanto Mais Melhor" (1990), "A Febre da Selva" (1991), "Malcolm X" (1992), "Tudo em Jogo" (1998), "Infiltrado" (2006) ou "Da 5 Bloods - Irmãos de Armas" (2020).
Outros títulos reconhecidos são "Os Três Mosqueteiros do Amor" (1995), "Marte Ataca!" (1996), "Manobras na Casa Branca" (1997), "Uma Questão de Nervos" (1999), "Uma Mente Brilhante" (2001), "Cinderella Man" (2005), "Quebra de Confiança" (2007), "Elementos Secretos" (2016) e "King Richard: Para Além do Jogo" (2021).
Já Dolly Parton, com uma carreira de sete décadas, tem 49 álbuns de estúdio e mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo.
Recebeu duas nomeações para os Óscares na categoria de Canção Original por "Nine to Five", do filme "Das 9 às 5", e por "Travelin' Thru", de "Transamerica".
“Com este Prémio Governador, um Prémio Humanitário Jean Hersholt, Parton será reconhecida pelos seus esforços humanitários ao longo de décadas. Fundou várias organizações de solidariedade e filantrópicas, incluindo a Fundação Dollywood, criada em 1988 para inspirar as crianças do leste do Tennessee – o seu estado natal – a alcançar o sucesso educativo”, afirmou a Academia.
Salienta ainda o programa da estrela musical para a alfabetização, "Dolly Parton's Imagination Library", lançado em 1995 em homenagem ao seu pai, que ofereceu a crianças 285 milhões de livros.
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