As primeiras notícias oficiais de que estava em preparação uma sequela de "A Paixão de Cristo" são de junho de 2016... quase uma década depois, está prestes a arrancar a rodagem de "The Passion of the Christ: Resurrection" ["A Paixão de Cristo: Ressurreição"].

Segundo a agência de notícias italiana Italpress, citada pelo Collider, Mel Gibson está atualmente na ilha de Malta com uma equipa de produção à procura de potenciais locais para a rodagem, no âmbito de uma viagem de cinco dias em que estão previstos encontros com entidades governamentais.

Novamente com Jim Caviezel como Jesus, a produção deverá arrancar no início de 2025, assim que Gibson terminar a campanha promocional do seu novo filme como realizador, "Flight Risk", um 'thriller' com Mark Wahlberg, Michelle Dockery e Topher Grace que chega aos cinemas a 24 de janeiro.

O tempo de espera deveu-se à dificuldade de criar um argumento, que passou por "revisões extensas" e pelo menos seis rascunhos.

A escrita foi dividida entre Gibson e Randall Wallace, em mais uma colaboração artística: Wallace foi nomeado para os Óscares pelo argumento de "Braveheart: O Desafio do Guerreiro" e realizou "Fomos Soldados...", onde entrava o ator.

Embora não tenha trabalhado no primeiro filme, a ressurreição de Jesus foi uma das especializações de Wallace quando estudou religião na Universidade de Duke. Foi o argumentista que avançou em abril que tinham concluído a escrita.

Numa entrevista de 2022, Gibson disse que a história não seria uma "narrativa linear" e que pretendia sobrepor o evento central "com tudo o resto à sua volta no futuro, no passado e noutras esferas, e isto está a ficar um pouco ficção científica. É uma grande história, é um conceito difícil e levei muito tempo a concentrar-me e a encontrar uma forma de contar essa história que realmente funcione".

A expectativa será inevitavelmente elevada: "A Paixão de Cristo" foi um gigantesco e controverso sucesso de bilheteira a nível mundial em 2004. Em Portugal, foi visto por mais de 720 mil espectadores.

Apesar de algumas acusações de reforçar estereótipos antissemitas (Brad Pitt chegou a compará-lo a propaganda), a seguir Hollywood e estúdios independentes começaram a explorar com mais insistência e até aos dias de hoje o filão da fé em filmes e séries.

Mas como disse Wallace em 2016, "a comunidade evangélica considera 'A Paixão de Cristo' o maior filme de sempre de Hollywood e continuam a dizer-nos que acham que uma sequela será ainda maior".