Durante o último dia notava-se já algum cansaço e sinais de que a vigésima edição do Super Bock Super Rock estava a chegar ao fim: alguns campistas começavam a arrumar as suas coisas, alguns estabelecimentos iam encerrando mas, no entanto, o público continuava ansioso. Aquele que foi o último dia foi também o melhor dia: Albert Hammond Jr. (dos The Strokes), The Kills, Foals e, como se esta mistura não fosse esgotante o suficiente, Kasabian. Claro que não contou com a mesma afluência de pessoas que os dias anteriores mas nem por isso perdeu qualidade.

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Ainda o Sol se fazia ver e já Albert Hammond Jr. tocava no palco Super Bock. Descontraído, embora pouco comunicativo, conseguiu puxar a atenção para o palco principal com temas como Scared, Carnal Cruise, St. Justice e terminando com uma cover dos americanos Misfits, Last Caress. E pouco depois do concerto terminar, começou a grande concentração ou não fosse começar, dentro de minutos, a actuação dos The Kills. A banda de Alison Mosshart e Jamie Hince era uma das mais esperadas da noite. Sem grandes apresentações (para quê?) e sem grandes demoras abriram um dos melhores espetáculos do festival com U.R.A. Fever. Passando por temas como Heart Is A Beating Drum e DNA, a banda norte-americana soube agradar, surpreender e deixar os fãs satisfeitos, ao acabar com Monkey 23, não sem antes o guitarrista Jamie dizer com entusiasmo «Kasabian are coming up next!»

Mas não foi logo de seguida que os Kasabian entraram. Já de noite, faltava ainda o explosivo concerto de Foals (oh, que chatice!). Os britânicos, que completam dez anos de carreira no próximo ano, não deixaram que a elevada fasquia os assustasse. Afinal, rock é com eles, e foi isso que se viu. Se Foals fosse um restaurante, o menu seria Providence, Spanish Sahara, e Inhaler com acompanhamento de solos de guitarra. Um concerto sem pausas, porque no fim de contas estamos aqui para fazer barulho. Durante o último tema, Two Steps, Twice, o vocalista Yannis Philippakis conquistou e apoderou-se literalmente do público ao fazer crowdsurfing, em que muitos fãs o imitaram no concerto que se seguia. Sem dúvida alguma, as expectativas para o concerto de Kasabian não eram baixas. Um mês depois do lançamento do seu álbum 48:13 (duração total do álbum), a 48:13 Tour trouxe ao palco principal temas do mais recente álbum e de Empire. Começaram com o alinhamento esperado: (shiva) e bumblebee e alimentaram todas as expectativas da noite com Underdog, e o tão aclamado tema eez-eh. Depois de treat e Empire, seguiu-se uma cover de Fatboy Slim, Praise You, momentos antes do concerto terminar com L.S.F. (Lost Souls Forever). Mas sem grandes alarmes, afinal já se contava com um encore: a cereja no topo do bolo para a melhor noite de festival. Foi com Switchblade Smiles que a banda regressou ao palco e quase como uma injecção rápida seguiram-se os temas Vlad, The Impaler e Fire. E nem assim a banda britânica se quis despedir do público português, e que melhor forma de dizer adeus se não com o tão querido tema dos Beatles, All You Need Is Love? Incomparável. Assim que a confusão se começou a dispersar em frente ao palco Super Bock, uma coisa se tornava certa: a noite estava a acabar, e com ela, a edição deste ano. O Palco EDP acolheu ainda C2C para uma grande ensaboadela de música electrónica e logo a seguir o ritmo manteve-se na tenda da Antena 3.

Esta vigésima edição chegou então ao fim, com grandes concertos merecedores de destaque: Tame Impala e Disclosure, na primeira noite, Eddie Vedder a arrecadar pontos na segunda noite e ainda um cocktail explosivo de rock na última noite. Ainda assim, toda a animação para os campistas só terminava no dia seguinte com toda a moleza necessária (ah, e continuamos a não saber onde está a famosa Elsa).