
Nas palavras de Danny O'Donoghue, vocalista dos The Script, "a música pode salvar-nos". Foi essa salvação, sem noção do quanto era necessária, que marcou as mais de duas horas de espetáculo.
Para aquecer o ambiente e agitar as águas, Tom Walker toma conta do palco, com grande maestria e uma voz profunda, onde a Escócia e a Inglaterra se mesclam, para um alinhamento seguro, reconfortante e animado. O cantautor não se cansou de puxar pelo público, numa presença arguta e obstinada. Os temas "Just You and I" e, a fechar, o sucesso "Leave a Light on", foram as músicas mais vibrantes, de uma atuação imaculada.
Os The Script sabem conjugar espetáculo, show off, música e presença, em todos os tempos, de todos os modos. Há ali muito palco calcorreado e muitas histórias contadas. Um à vontade que se nota e que se revela em cada acorde, em cada palavra, em cada tema.
Danny entra na sala por entre o público, ao som de "You Won't Feel a Thing", e este, já rendido desde a primeira nota, irá contrariar o título da canção e sentir, como só sente quem vive e se entrega ao momento. "Superheroes" é um dos primeiros êxitos da noite, entoado como se não houvesse amanhã - haverá? Talvez, mas, sem dúvida, mais vívido!
Seguem-se, no alinhamento, temas como "Both Ways", "Six Degrees of Separation" e " The Last time" até chegar ao sentido e saudoso "If You Could See Me Now", dedicado ao ex-membro da banda Mark Sheehan, falecido em 2023. Porque "todos temos alguém lá em cima que cuida de nós e que vibra com os nossos sucessos. A dor pode fazer-nos duvidar, mas a lembrança e a memória fazem-nos continuar, mesmo quando pensamos que é impossível".
As mensagens de empoderamento, de coragem e de resiliência impregnam todo o espetáculo, através da palavra cantada e da palavra dita, numa atmosfera leve e num ambiente tranquilo, como só os melhores sabem criar.
"Never Seen Anything" canta-se em dueto, com Isabel, da plateia para o palco, a acompanhar Danny ao piano. Que noite memorável! A Isabel foi um pouquinho de cada uma das pessoas do público, a vibrar de emoção, numa alegria partilhável, que ao dividir-se, se multiplica.
Para o tema "Nothing" esteve reservado mais um passeio pelo público. Os holofotes seguem a caminhada de Danny por entre a multidão e iluminam, mais do que um caminho, uma missão. Conseguir entreter-se com o público, de uma forma mais implícita e simples, esbate os "ares de vedeta", que parecem não ter efeito sobre o grupo.
Os confetes dão um bonito colorido à sala, num público animado e rendido, até ao último acorde de "For the First Time", cantado em coro, a plenos pulmões.
No encore "Home is Where the Hurt Is", "Breakeven" e, a fechar uma noite mágica, "Hall of Fame", "Yeah, you can be the greatest, you can be the best".
Alinhamento Tom Walker
Not Giving In
Wait For You
Just You And I
Head Underwater
Holy Ghost
Rapture
Burn
Leave A Light On
Alinhamento The Script
You Won't Feel A Thing
Superheroes
Rain
Both Ways
Six Degrees of Separation
The Man Who Can’t Be Moved
The Last Time
If You Could See Me Now
Inside Out
Never Seen Anything "Quite Like You"
Before The Worst
Nothing
No Good In Goodbye
Paint The Town Green
For The First Time
Home Is Where The Hurt Is
Breakeven
Hall Of Fame
Comentários