
Uma cidade que recebe um dos maiores festivais pop da França anunciou na quarta-feira que ia retirar o subsídio ao evento porque o controverso trio de rap da Irlanda do Norte Kneecap foi colocado na programação.
A polícia britânica está a investigr o vocalista dos Kneecap sob a acusação de terrorismo, após ter sido acusado de exibir uma bandeira do Hezbollah num concerto no ano passado.
Tanto o Hezbollah como o Hamas são considerados organizações terroristas no Reino Unido, sendo crime demonstrar apoio a estes grupos armados.
A polícia disse que também está a investigar vídeos que alegadamente mostram pedidos de morte de parlamentares britânicos.
O subúrbio parisiense de Saint Cloud aprovou um subsídio de 40 mil euros este ano para o festival Rock En Seine, que no ano passado atraiu 180 mil pessoas durante quatro dias.
O equivalente à assembleia municipal de Saint Cloud afirmou que o dinheiro já fora acordado antes do anúncio da programação. Os Kneecap devem apresentar-se no evento a 24 de agosto. Uma votação levou à retirada do subsídio.
Um comunicado afirmou que a cidade "financia, dentro das suas possibilidades, um projeto cultural e artístico. Por outro lado, não financia ações políticas, nem reivindicações, e muito menos incitações à violência, como pedidos para matar parlamentares, independentemente da sua nacionalidade".
A câmara municipal afirmou respeitar a "liberdade" do festival para decidir o seu alinhamento e não procurou "qualquer tipo de negociação com o objetivo de influenciar a programação".
Os Kneecap foram retirados da programação de festivais na Escócia e na Alemanha este ano devido à polémica.
O grupo afirmou estar comprometido com a causa palestiniana, mas negou qualquer ligação com terrorismo. O cantor Liam O'Hanna, que se apresenta sob o nome Mo Chara, condenou as acusações contra ele como políticas. Deverá comparecer novamente em tribunal quatro dias antes do concerto do Rock En Seine.
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