Alidoosti, de 38 anos, foi presa "por ordem da autoridade judiciária" depois de "não fornecer documentação para algumas de suas alegações" sobre os protestos, indicou a Mizan Online, agência de informações do poder.

O site acrescentou que "algumas figuras e várias celebridades", incluindo Alidoosti, foram interrogadas ou presas depois de fazer "comentários infundados sobre eventos recentes e a publicação de material provocativo em apoio aos distúrbios das ruas".

Conhecida por ter entrado em diversos filmes do cineasta Asghar Farhadi, Alidoosti tinha manifestado apoio, através do Instagram, às manifestações desencadeadas pela morte de Mahsa Amini, uma iraniana de origem curda de 22 anos, a 16 de setembro, após ser detida em Teerão pela polícia da moral.

A prisão da jovem ocorreu por violação do rígido código de vestimenta que o regime impõe às mulheres, incluindo o uso do véu islâmico em público.

"Taraneh Alidoosti foi detida pelas suas ações recentes, publicando informação e conteúdos falsos, e por incitar o caos", anunciou pouco antes a agência de notícias local Tasnim, sem detalhar o lugar da detenção.

A 8 de dezembro, a atriz tinha denunciado a execução de Mohsen Shekari na forca depois de ele ter sido acusado de "guerra contra Deus".

"Qualquer organização internacional que observa este banho de sangue sem reagir representa uma vergonha para a humanidade", escreveu a atriz no seu perfil de Instagram.

Em novembro, Alidoosti prometeu permanecer no seu país e "pagar o preço" necessário para defender os seus direitos e deixar de trabalhar para apoiar as famílias das pessoas assassinadas ou presas durante as manifestações.

Taraneh Alidoosti é especialmente conhecida por seu trabalho na longa-metragem de Asghar Farhadi "O Vendedor", premiada com o Óscar de melhor filme estrangeiro em 2017.

Rosto conhecido do cinema iraniano desde a sua adolescência, ela também participou na obra de Saeed Roustayi "Os Irmãos de Leila", apresentada este ano no Festival de Cannes.

Desde meados de setembro, milhares de iranianos e cerca de 40 estrangeiros foram presos e mais de 2 mil pessoas foram denunciadas por terem relação com as manifestações, segundo as autoridades judiciais. Até ao momento, dois homens foram executados por participação nos protestos.