A tarde começou calma. Eram ainda poucas as pessoas que já passeavam pelo recinto. À sua disposição tinham muitas barraquinhas de diversões, publicidade, comida, roupa e outro tipo de produtos. Para além disso, antes dos concertos começarem, já outros eventos iam acontecendo um pouco por todo o espaço, como as disputas pelo melhor graffiti, num local reservado para o desenho.

Os dias têm estado quentes por Oeiras (as noites nem por isso) e, para os que por volta das 17h00 já se encontram dentro do recinto, sabe bem ouvir os primeiros concertos do Palco Super Bock sentados no chão, ainda debaixo do sol. Foi o que aconteceu ontem, com Holy Ghost, o primeiro concerto do dia. Não estava com «lotação esgotada» mas estava com uma simpática plateia, já bem animada ao som da música agradável que a banda trouxe até Portugal.

Pouco tempo depois, era a vez do Palco Optimus começar o seu dia. Coube aos Jet animar as pessoas que se juntaram para ouvir a banda. Bastaram os primeiros acordes para o espaço em frente ao palco começar a encher. Apesar das músicas energéticas do grupo, o concerto não foi dos mais animados. Ainda assim, não faltou o tradicional mosh e muitos saltos. Os Jet apresentaram músicas do novo álbum e revisitaram alguns dos grandes sucessos da banda como o incontornável Are You Gonna Be My Girl, altura em que o concerto atingiu o seu ponto alto.

Entretanto, The Maccabees encheram o Palco Super Bock, onde a animação era já grande. A tarde já estava mesmo no fim quando os Mão Morta subiram ao palco principal. Foi a primeira vez que se ouviu cantar em português nofestival. Perante uma plateia bem composta, Adolfo Luxúria Canibal e a sua voz grave fizeram um grande concerto marcado também pela apresentação do novo álbum, com músicas como Novelos da Paixão.

Ainda no Palco Optimus e a abrir a noite estiveram os Manic Streat Preachers. Um concerto que ainda não estava muito cheio mas que, ainda assim, não defraudou expectativas. Um espectáculo recheado de clássicos e algum revivalismo.

Uma das grandes atracções da noite não estava, no entanto, no Palco Optimus mas sim no Super Bock, à imagem do que aconteceu no primeiro dia. Trata-se de Gossip. Eram grandes as esperanças em relação ao concerto, que não desiludiu a legião de fãs que esperava ansiosamente a subida ao palco de Beth Ditto. A tenda estava mais cheia do que até então já tinha estado. Foram muitas as pessoas que tiveram de ficar de fora, bem longe. Algumas aproveitavam as mesas da zona das refeições para conseguirem ver de mais alto o concerto, já que da distância a que se encontravam era impossível ver o palco ou até mesmo os ecrãs. O espectáculo ainda não tinha começado e os fãs já chamavam por Gossip. Assobios, gritos, já era grande a histeria. O concerto manteve a animação, com as letras cantadas de cor, em uníssono. Para além das músicas originais,o espectáculo foi também pautado por vários covers como Psycho Killer, What’s love got to do, One More Time e I Will Always love you, música com a qual se despediu.

A essa altura já devia ter começado o concerto dos Skunk Anansie, que atrasou cerca de dez minutos. Desta forma, quem esteve a ver Gossip não perdeu nada do espectáculo da banda britânica. Foi, sem dúvida, um dos melhores concertos do dia. Começou com uma energética Skin de preto e dourado, que pôs desde o início o público aos saltos. De regresso a Portugal, a banda mostrou alegria por actuar novamente perante o público português. Aproveitaram também para desvendar um pouco do novo álbum, a sair em Setembro. Skin não parou durante todo o espectáculo, tendo utilizado todo o espaço do palco, duma ponta à outra, sem excepção. Desceu também ao público, a quem se entregou, tendo sido segurada em pé enquanto cantava. “It’s amazing! Portuguese boys are very strong”, comentou depois desse momento. O concerto ficou marcado pelas músicas mais agitadas do grupo e só depois do público perdir encore é que tocaram o seu grande clássico, Hedonism. Ficou bem patente a faceta de entertainer da vocalista da banda, que se mostrou sempre bem disposta, com um humor que contrastava com a dureza de alguns temas.

A noite terminou, no Palco Optimus, com Deftones. Muita gente, muito mosh, mas não tão carismático como, por exemplo, Faith no More, no dia anterior à mesma hora.

No Palco super Bock actuaram ainda Hurts, New Young Pony Club, Booka Shade, Bloody Beetroots Death Crew e Steve Aoki, que trouxe muitos amantes da música electrónica até à tenda, no final da noite.

No segundo dia, mais uma novidade: foi inaugurado o já noticiado Palco Virtual. Uma tenda onde alguns artistas irão actuar de forma virtual, através de hologramas. Quem inaugurou o espaço foram os Homens da Luta, que interagiram com as suas próprias imagens.

A música continuou, como de costume, noite dentro no Palco Optimus Clubbing.

Confere aqui as fotos do segundo dia do Optimus Alive!:

Ágata Ricca

Fotos: Ricardo Costa e Rúben Viegas