Há 10 anos, a
Monstra - Festival de Animação de Lisboa, fazia a sua primeira edição com o mote de «para cinéfilos com mais olhos que barriga», em referência à quantidade de filmes apresentados. Uma década depois, essa quantidade multiplicou-se várias vezes, com uma oferta que abarca centenas de filmes animados, entre curtas e longas-metragens, dispersa por vários locais da capital ao longo de dez dias.
Entre 11 e 21 de Março, a Monstra dispersa-se pelo Cinema São Jorge, Cinema City Alvalade, Teatro Meridional, Fundação Calouste Gulbenkian, Fnac Chiado, Museu Nacional de Etnologia e Escola Secundária D.Dinis, com o centro nevrálgico de tudo a decorrer no primeiro espaço.
A abertura oficial é hoje no São Jorge, pelas 21h00, com o espectáculo
Aedificandi, que cruza performance e animação, seguido de uma sessão denominada
Os Incontornáveis da Animação Portuguesa, que faz uma panorâmica de todo o cinema animado nacional, desde o primeiro filme que se conhece,
«O Pesadelo de António Maria», de 1923, até à estreia absoluta de
«Várzea», de
José Xavier, a partir de um poema e música original de
Servais Tiago.
Portugal será, aliás, o país em destaque nesta 10ª edição da Monstra, que se propõe a mostrar a história da animação portuguesa em ciclo temáticos, contando com algumas estreias nacionais e mundiais de fitas de realizadores portugueses.
E porque em 2010 se assinalam os 100 anos da República Portuguesa, o festival associa-se às comemorações e convidou cem profissionais da animação para participarem na realização de uma curta-metragem.
«10 por Cem» será o título do projecto que pretende homenagear o centenário da República portuguesa a partir dos artistas que marcaram o período da Primeira República (pintores, escritores, fotógrafos, músicos, cartoonistas, entreoutros com obras publicadas entre 1909 e 1911), e que terá no genérico final cem nomes. O filme será apresentado em Junho.
Para recordar os dez anos do festival, será também exibida uma retrospectiva dedicada aos vários países homenageados e os espectadores terão também direito a uma secção que cruza a animação com a dança. Será nesse mesmo espaço que poderão assistir a uma descoberta feita há dois anos e que prova que o primeiro filme desta técnica data de 1905 e não de 1908, como se pensava inicialmente. A película em questão é dirigida pelo coreógrafo
Alexander Shirayev e será exibida na Monstra.
Claro que a competição é incontornável e este ano é dedicada às curtas-metragens. São mais de 56 filmes de 30 países e muitas estreias mundiais.
Porque para a Monstra a formação também é uma parte importante, os workshops e as masterclasses continuam a constar da programação como nomes como os de
Bill Plympton, o animador independente mais célebre da actualidade,
Rastko Ciric e
Nick Phelps.
Para os mais pequenos, a
Monstrinha continua a apelar a um público mais infantil com filmes como «Ups, Erro!», de Aneta Kyrova, ou «Perdido e Encontrado», de Philip Hunt.
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