Baseada livremente no livro de memórias «Fresh Off the Boat: A Memoir», de Eddie Huang, uma personalidade da culinária norte-americana, a série foi criada por Nahnatchka Khan, que tem no seu currículo «Don't Trust the B---- in Apartment 23» e o trabalho de argumentista na animação «American Dad». A série foi produzida entre outros por Jake Kasdan («Orange County», « Sex Tape - O Nosso Vídeo Proibido»).
A história de uma família fora do seu ambiente desenrola-se em 1995, quando Eddie, com 11 anos, se muda com a família Huang de Washington para Orlando. Originários da Formosa (Taiwan), os pais adoram a maneira de vida americana: o pai, Louis Huang (Randall Park), tenta vencer no Oeste, mas a Califórnia era demasiado cara e a família ficou-se pela Flórida ao investir num restaurante temático, o Cattleman’s, com funcionários algo incompetentes e poucos clientes.
Eddie não está convencido com a transicção, mas adora o hip-hop e sonha conhecer a estrela de basquetebol da NBA Shaquille O'Neal. O jovem tem grandes sonhos e ambiciona mudar o mundo, especialmente se conhecer Shaq, e sendo um outsider, o rap encaixa-se no seu perfil, um pretexto para ouvir grandes «malhas» da época de Nas a Snoop Dog, passando por Notorius BIG e Tupac, entre muitos outros.
Antes mesmo de existir o conceito de «mães tigres», a mãe de Eddie já era dura com ele e os seus dois irmãos mais novos, também nascidos nos EUA, que desfrutam de popularidade que foge ao nosso herói: Jessica Huang, numa bela interpretação de Constance Wu, ajuda no restaurante enquanto dá ordens do palco, tapa os buracos dos pimenteiros para aumentar a margem de lucro e limita a utilização de guardanapos.
O sucesso da série passa não só pelo devaneio e adulteração das memórias de Eddie Huang como na crucial escolha do elenco, com o protagonista de palmo e meio a revelar-se uma estrela rodeada de atores muito competentes.
«Fresh of the Boat» é uma comédia imparável sobre uma família nuclear nos anos 1990 em que as gargalhadas e o cómico de situação vêm de todas as direções. Os argumentistas têm o cuidado de não entrar no humor exclusivamente racial, mas encontram na atitude da família uma fonte de inspiração em torno das situações familiares vistas em flashback. Eles não precisam de fingir serem alguém para conseguir o respeito e a família procura algo mais do que a conformidade, com o resultado a ser esta série que é muito mais do que um simples OK!
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