O primeiro dos dez episódios, com o título "Promessa", conta histórias do icónico ex-capitão da Albiceleste, campeã mundial no México-1986, com os seus contrastes dramáticos.

Numa montagem paralela, pode-se ver na ficção o menino prodígio que aos nove anos contava perante uma câmara o seu sonho de ser campeão mundial e o jogador de futebol reformado que aos 40, devido aos vícios, sofre o seu primeiro ataque cardiorrespiratório que o deixa à beira da morte no balneário uruguaio de Punta del Este.

A série é uma superprodução da BTF Media, associada à Dhana Media e Latin We, exibida pela Amazon Prime Video e que se estreou no canal 9 da televisão aberta argentina, com um máximo de audiência de 8,8 pontos, atrás apenas de um programa com 14,1 pontos do líder televisivo local Telefé, segundo o Real Time Rating.

Maradona: Conquista do Sonho

"Entendê-lo é entender o contexto político, social e económico em que viveu", comentou à AFP o ator Juan Palomino, que interpreta o Maradona adulto, cuja fama crescia quase na mesma medida em que se afogava no álcool e nas drogas, com uma vida sentimental turbulenta.

O contexto citado por Palomino refere-se ao seu nascimento numa favela e à repressão da ditadura (1976-83), inclusivamente com uma cena na qual o jovem Maradona está a prestes a ser preso como suspeito em um posto de controle militar.

"Maradona: Conquista do Sonho" mergulha na política, ao refletir a identidade peronista de Maradona, que não o impediu de admirar líderes de esquerda como Che Guevara, Fidel Castro e Hugo Chávez.

Apesar do tom épico da série, há uma tentativa de se aprofundar na intimidade, às vezes sombria, do ex-jogador, sem esquecer as suas paixões mais puras e amores vulcânicos.

"Viveu uma solidão profunda, a qual não se desejava a ninguém. Parece-me que é essa a chave", disse Palomino na festa de apresentação no estádio de Argentinos Juniors, onde Maradona se estreou com apenas 15 anos.

Óbito/Maradona: Casa e consultório do médico Leopoldo Luque alvo de buscas

"Sou re-maradoniano [fã], amo o Diego. Levantava-me às seis da manhã para o ver nos juvenis [campeão mundial sub-20 no Japão-1979]", afirma Jean Pierre Noher, que interpreta o segundo advogado e representante de Maradona, Guillermo Cóppola.

A imprensa argentina afirma que a produção contou com a autorização de Maradona, as toda a família do ídolo está imersa em disputas judiciais. Uma delas pela investigação pela suposta negligência médica na morte do seu pai há quase um ano e a outra pelos direitos do uso da marca Maradona.

A lenda não descansa em paz, mas volta a viver no pequeno ecrã.