A apresentadora Bianca Ramoneda entrevista o ator José Wilker para a série "Grandes Atores", que vai no seu terceiro episódio. O ator brasileiro faz revelações sobre o início da sua carreira, relembra os principais trabalhos e descreve as diferenças das técnicas que utiliza no cinema, na televisão ou no teatro. A entrevista será transmitida no dia 3 de novembro, às 11:45, na TV Globo Portugal.

No decorrer da conversa, José Wilker defende que ser o destaque de uma festa é algo que qualquer criança de quatro anos pode fazer. Por outro lado, ser ator é algo que exige esforço e trabalho. "O ofício para representar é algo que se estuda. É necessário que o ator procure a formação. Quem quiser fazer teatro, tem de ser viciado na leitura e ter o gosto de se informar. Cheirar o mundo e aspirar as cores e os sabores que estão no ar", explica.

Ao recordar a chegada ao Rio de Janeiro, depois de sair de Juazeiro do Norte, no Ceará, Wilker conta que não tinha intenção de ser ator. "Quando fui para o Rio, não tinha nada em mente. Saí para dar um passeio e, de repente, encontrei pessoas que faziam arte, teatro e política. Senti-me entre amigos", descreve.

O ator revela também as dificuldades financeiras que enfrentou nesta época, quando tinha de optar por almoçar ou andar de autocarro, tendo em conta que não tinha dinheiro para os dois. Contudo, reforça que guarda boas lembranças dos tempos de juventude. "Não é nenhum drama, eu não sofri nada. Dormi no autocarro, dormi na praia. Mas para mim aquela era a ideia de felicidade que eu tinha desenvolvido. Era o que o teatro me proporcionava", conta o ator.

Wilker descreve ainda as diferenças que enfrentou no processo de construção de personagens para cada formato, fala sobre a sua paixão pelo cinema e sobre alguns dos seus principais personagens no teatro, TV e cinema, como o Vadinho de "Dona Flor e seus Dois Maridos", Juscelino Kubitschek e António Conselheiro.

José Wilker afiança que os convites para estes trabalhos surgiram por acaso. "Sempre trabalhei ao acaso. Nunca tracei metas, almejei ou desejei este ou aquele papel. A minha carreira não é uma sucessão de escolhas, mas uma sucessão de acasos", conclui.

Crédito da foto: Rede Globo/Estevam Avellar