Os martelinhos de S. João andam de mão em mão, as ruas multicolores vestiram-se a rigor, o cheiro de sardinha assada paira no ar…Como pode tudo isto não resultar?

O espetacular fogo de artifício — o maior de sempre — é o rei da festa. (Não há como negar). Foram 16 minutos a olhar para os céus, num espetáculo de luz e som, que uniu as pontes D. Luís I e a da Arrábida, com confettis e constelações, de todas as cores, a deslizar em marcha lenta, espalhando magia.

Mas, os palcos, espalhados pela cidade, deram lugar a outras estrelas.

No Largo do Amor de Perdição, a música popular é anfitriã exímia. Às 22 horas, Herman José inaugura a festa, com alguns dos seus temas mais icónicos, numa carreira recheada de êxitos. Mesmo de cadeira de rodas, depois de uma aparatosa queda no fim de semana, o artista mantém-se de pé — como poucos — e faz o que sabe fazer melhor: entreter o público com as suas majestosas atuações. Não há queda que o derrube!

À mesma hora, Cláudia Pascoal anima os Jardins do Palácio de Cristal, com os seus temas vibrantes, numa performance brutal, com uma desenvoltura que só os grandes conseguem almejar. Há artistas que fazem do palco a sua casa e transformam cada concerto num verdadeiro espetáculo.

Ao Tio Jel coube animar o palco na Casa da Música. Espaço que recebeu, pelas 23 horas, a atuação dos Ena Pá 2000.

Uma pausa na música, para o lançamento dos balões de S. João, que enchem a noite de múltiplos pontinhos de luz, a cintilar pelos céus da cidade. À meia-noite em ponto, é tempo para o grandioso fogo de artifício: em espetáculo arrebatador!

E, porque a festa se faz de música, é a ela que voltamos. Com Ana Bacalhau a subir ao palco dos Jardins do Palácio. A cantora apresenta um alinhamento eclético, numa mescla de temas mais antigos com composições mais recentes, mantendo um diálogo com o público, que, animado, vai acompanhando o espetáculo.

À mesma hora, o palco no Largo do Amor de Perdição, dedicado à música popular, apresentava o inigualável Quim Barreiros. Do vira ao malhão, do comboio aos martelos no ar, a sua música enche a cidade. Com a sátira e a ironia que lhes são tão familiares, o Quim não desilude. A plateia vibra após cada um dos seus temas, num alinhamento perfeito, que prende o público do primeiro ao último segundo.

Os três grandes palcos espalhados pela cidade encerraram ao som do DJ set de Pimbau b2b Paulo Cunha Martins, do DJ Fernando Alvim e da música de baile dos Turbó Baile.

A noite de S. João no Porto não é só a maior noite do ano, é também a mais bela e a mais animada. Uma noite única!