Os participantes do Festival de Cannes viram os primeiros episódios da nova série da HBO, "The Idol", que chocou os críticos na terça-feira com as suas cenas abertamente sexuais.

Antes da chegada de estrelas como Scarlett Johansson e Tom Hanks à passadeira vermelha para a estreia de "Asteroid City", o festival estava a digerir a sessão noturna com a exibição dos dois primeiros episódios da série protagonizada por Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp.

O público em geral terá que esperar até ao início de junho para descobrir a história de Jocelyn, também conhecida como "Joss" (Lily-Rose Depp), uma estrela pop a tentar voltar aos holofotes após uma crise depois da morte da sua mãe, cercada por manipuladores sem coração, que conhece o líder manipulador de um culto moderno, interpretado pelo músico Abel "The Weeknd" Tesfaye.

Seria, no entanto, um exagero reduzir esta série a estas passagens. Ela também sabe lançar um olhar irónico sobre seu tempo, gozando com uma "coordenadora de intimidade" que tenta conciliar as exigências do contrato de imagem da cantora e o seu desejo de dispor do seu corpo como bem entender, ou denunciando a formatação da atual produção musical.

Uma imagem pornográfica de Depp com sémen no rosto vazada por vingança é vista como um caminho para mais fama. Referências a diferentes estrelas como Britney Spears ou Kim Kardashian também são óbvias.

"Quando você é famosa, todo a gente mente-te", diz Depp, entre duas cenas de masturbação atrevidas e dezenas de fotos dos seus seios.

Sentindo uma perda de controlo sobre a sua arte, a personagem de Tesfaye começa a atraí-la, apesar da sua melhor amiga e assistente avisá-la de que ele é "tão violador".

"Eu gosto mais ou menos disso nele", diz a personagem de Depp.

"Clichés de mau gosto"

A série recebeu uma ovação modesta de cinco minutos e, embora o desempenho de Depp tenha sido elogiado, a maioria dos críticos perdeu o interesse por causa da excessiva exposição de comportamentos sexuais bizarros, que incluía algumas conversas obscenas gráficas.

A Variety criticou os seus "clichés espalhafatosos" e disse que a série "funciona como uma sórdida fantasia masculina" com qualquer esforço para retratar a sexualidade feminina de uma forma revolucionária a ir "longe demais".

O Deadline disse que era "difícil saber o que dizer" sobre a série, acrescentando que seria preciso ver para onde se encaminhava para fazer julgamentos sobre o olhar masculino.

Antes do seu lançamento, "The Idol" já fora atormentado por rumores de turbulência inicial na rodagem e cenas de sexo explícitas.

A Variety relatou que o argumento precisou de grandes revisões e mudou de realizador a meio, trazendo o criador de "Euphoria", Sam Levinson.

No entanto, a série traz mais uma personagem feminina complexa a Cannes, que já apresentou muitos filmes a explorar o lado sombrio das mulheres e fazendo das suas histórias o foco.

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