Manuel São Bento

Entre confrontos sangrentos e dilemas existenciais, Darren Aronofsky entrega mais uma obra provocadora, sustentada pela intensidade impressionante da performance central de Austin Butler.

O mais recente filme de Ari Aster é um estudo sobre medo, manipulação e perda de controlo, dividido entre uma primeira metade observadora e uma segunda metade explosiva.

Num mundo onde cada filme parece exigir uma mensagem profunda ou comentário social, esta "legacy sequel" resgata um tipo de humor há muito esquecido: o riso puro, descomplicado e assumidamente parvo. Com Liam Neeson a liderar o caos, o resultado é uma experiência tão refrescante quanto necessária.

Quase três décadas depois, Happy Gilmore volta à relva com a mesma energia destrutiva e um novo arsenal de esconderijos para álcool. Filme recupera o espírito do original, misturando nostalgia com sátira contemporânea, sem perder o seu tom alegremente absurdo.

Após décadas de adaptações falhadas e expectativas frustradas, eis a primeira versão a conseguir capturar o verdadeiro espírito de uma família (!) cuja força nasce da sua humanidade.

Mais conhecido pela trilogia "Guardiões da Galáxia", o realizador estreia-se no grande ecrã como arquiteto da DCU com uma versão inspiracional centrada na empatia, compaixão e eterna luta entre o medo e a esperança. David Corenswet lidera um elenco sólido num filme imperfeito, mas promissor.

O que parecia ser apenas mais um filme de ação descartável acaba por revelar-se uma comédia eficaz e cheia de estilo, impulsionada por uma dupla carismática, sequências de ação inventivas e um realizador com mão firme para o caos divertido.

Três décadas depois de "Parque Jurássico" (1993), a saga continua a tropeçar nos seus próprios passos em filme que parece ilustração do fim de uma era.

A terceira entrada da trilogia iniciada em 2002 aposta numa abordagem mais emocional, com interpretações marcantes e temas provocadores. Só que a ambição do argumento de Alex Garland nem sempre encontra o equilíbrio certo entre o drama humano e o horror apocalíptico.

O realizador Michael Pearce conduz uma história intensa sobre luto, vício e laços familiares tóxicos, onde Julianne Moore brilha como uma mãe forçada a cruzar fronteiras morais perigosas. Uma reflexão inquietante sobre até onde estamos dispostos a ir por quem amamos.

Mesmo mantendo a excentricidade formal que o define, o realizador entrega uma narrativa emocionalmente clara e um trio de protagonistas capaz de tocar até os mais resistentes ao seu estilo.

Contra todas as expectativas e polémicas que habitualmente envolvem os novas versões em imagem real da Disney, o realizador entrega uma nova versão que preserva a ternura, o humor e a essência familiar do clássico de 2002. Um filme imperfeito, mas de coração cheio.

Após quase três décadas de acrobacias impossíveis, chega o capítulo que pretende encerrar (?) uma das sagas mais consistentes e revolucionárias do cinema de ação. Mesmo não atingindo as alturas de "Fallout", oferece uma despedida sentida e tecnicamente arrebatadora.

Filme é uma exploração visual e emocional da depressão e do vazio da fama que se perde rapidamente em pretensões artísticas, estruturas confusas e uma narrativa desorientada sem impacto emocional ou temático. Um caso de estilo em excesso e substância em falta.

O cineasta Stephen Chbosky agarra em ingredientes familiares e confeciona uma história comovente e sincera sobre como a dor pode ser transformada em partilha, comunidade e amor através de um tributo às mães, avós e memórias de vida.

O realizador Jake Schreier subverte as expetativas do público-alvo ao colocar o foco onde menos se esperava: no sofrimento íntimo dos seus protagonistas. Não se trata de sobre salvar o mundo, mas salvar-se a si mesmo - e esta é, assim, a maior vitória da Marvel dos últimos tempos.