Menos de uma semana depois do despedimento de Carla Duarte, taróloga que aconselhou uma suposta vítima de violência doméstica a dar "mimos" ao agressor, o programa da SIC volta a ser o centro da polémica. Desta vez estão em causa as declarações de Maria Helena Martins.
"Você tem amigos que lhe andam a querer fazer a folha? Você, que tem um problema em tribunal, não se quer defender? Então vá, ligue pra mim", disse a apresentadora durante o programa da passada quinta-feira, 16 de junho. Segundo a legislação, quem, além dos advogados e solicitadores, exercer estas profissões comete o crime de procuradoria ilícita e pode ser punido com pena de prisão até um ano ou multa.
Ao jornal Público, a bastonária dos advogados, Elina Fraga, lamenta que um canal de televisão “se aproveite da vulnerabilidade das pessoas mais fracas ou desesperadas”. “Deitar as cartas não é um acto próprio de um advogado (...) E essa senhora não vai poder representar ninguém em tribunal. Quando muito está a propalar um serviço, mas isso não é nada de novo: a bruxaria também promete resolver todos os problemas das pessoas. Outra coisa seria se ela encaminhasse os espectadores para um advogado: seria angariação ilícita de clientela", explica Elina Fraga, sublinhando que considera "deplorável" estas promessas.
Ao jornal diário, o residente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, António Jaime Martins, graceja com a situação: "Agora até os tarólogos nos fazem concorrência!”.
“Se se atrevesse a dar conselhos jurídicos, aí, sim, estaríamos perante o crime de procuradoria ilícita (...) Até isso se passar, estamos apenas perante patetice aguda", defende ao Público.
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