Esta segunda-feira, o magnata da comunicação social Rupert Murdoch lançou o canal TalkTV no Reino Unido com uma entrevista "sem censura" do ex-presidente americano Donald Trump, na qual ele criticou o príncipe Harry, neto de Isabel II, e a sua esposa Meghan Markle.

O canal entrou no ar às 19h00 (mesma hora em Lisboa) e, após uma primeira hora de notícias e debates, o jornalista Piers Morgan entrevistou Trump para o programa "Uncensored" [Sem censura].

Um vídeo promocional que se tornou viral mostrou o ex-presidente dos EUA irritado ao ser questionado sobre a sua afirmação de que as eleições de 2020 foram "roubadas".

Num comunicado, Trump afirmou posteriormente que Morgan tentou "editar ilegal e enganadoramente a sua longa e tediosa entrevista", mas o jornalista respondeu que tudo seria exibido na totalidade durante a emissão.

O ex-presidente também falou sobre o neto da rainha e da sua esposa, a ex-atriz Meghan Markle, que moram na Califórnia desde que se afastaram da monarquia britânica em 2020.

De acordo com trechos publicados pelo jornal The Sun, que também pertence a Murdoch, Trump concordou com a afirmação de que o príncipe Harry, de 37 anos, é controlado por Meghan e disse que o casal acabaria por se separar.

A TalkTV irá para o ar na televisão convencional na Grã-Bretanha e em plataformas de streaming, além do YouTube.

O canal recorrerá a um grupo de jornalistas do grupo News UK, de Murdoch, que inclui os jornais The Times e The Sun, e transmitirá em vídeo programas da TalkRadio, que também pertence ao empresário.

O grupo também lançou outra estação de rádio, a Times Radio, em junho de 2020, como alternativa à emissora de notícias da BBC, a Radio 4.

Os últimos dados mostraram que a audiência da Times Radio caiu 21% nos últimos dois trimestres de 2021.

O canal TalkTV enfrentará outro canal estreante, o GB News, da direita política, cuja audiência estabilizou numa base reduzida após um início instável em junho de 2021.

Murdoch e os seus editores têm a vantagem da proximidade com o governo conservador britânico, que ataca com cada vez mais violência a BBC e o canal privado Channel 4.

O magnata nascido na Austrália não esconde a irritação com as leis de radiodifusão britânicas, que impedem o tipo de demagogia pró-Trump e direitista observado no seu famoso canal Fox News nos Estados Unidos.

Porém, Morgan e algumas partes do império mediático de Murdoch, como o The Sun, encontraram um rico filão ao ficarem ao lado do primeiro-ministro Boris Johnson nas críticas aos movimentos culturais denominados "woke".