Eva Wilma morreu no sábado aos 87 anos, devido a uma insuficiência respiratória resultante da disseminação de um cancro do ovário, anunciaram os seus agentes. Para recordar e homenagear a atriz brasileiraa Globo vai recordar em Portugal a novela "A Indomada" a partir do dia 31 de maio, às 21h30.

"A vida de um artista prolonga-se mesmo após a sua morte através do legado que deixa ao público. No caso de Eva Wilma, que faleceu este sábado, dia 15 de maio, aos 87 anos, são muitas as personagens que fazem com que a presença da atriz se perpetue. Uma delas é Maria Altiva, papel que desempenhou em ‘A Indomada’ e que ficou popularizada por bordões como 'Oxente, my God' ou 'Tudo all right', que ainda hoje estão na memória de quem acompanhou a trama", recorda o canal em comunicado.

Em Portugal, "A Indomada" estreou-se na SIC, em 1997.

A Globo lembra ainda que Eva Wilma tinha um carinho muito especial pela sua personagem na novela. "Maria Altiva era muito divertida, irónica. Não gosto de fazer vilões mal-humorados. Acho que o vilão tem sempre uma característica que é o prazer da raiva. São personagens que têm muitos conflitos e colocam isso para fora. Com humor, então, é melhor ainda", revelou a atriz em entrevista à Globo.

"Diverti-me muito! Na época, tinha uma jornalista de Recife que me deu a dica do 'Thank you very much, viu bichinho’. Foi ela que trouxe isso. Eu falei com Aguinaldo [Silva] e ele aprovou. Tínhamos um diálogo infinito e esse prazer de inventar em cima. (...) Entre tantas novelas e trabalhos, foi um grande destaque. O mais gratificante de tudo foi a reação do público, que, aliás, não ficou com raiva da Altiva", frisou.

Um percurso popular, versátil e premiado

Eva Wilma
créditos: Globo

Com uma longa e muito popular carreira, a atriz teve um percurso que conciliou a televisão, o cinema e o teatro. Em Portugal, tornou-se sobretudo conhecida pela sua participação regular em telenovelas da Globo. O seu último papel no pequeno ercã foi na novela "O Tempo Não Para", em 2018.

Nascida em São Paulo em 1933, Eva Wilma começou a carreira como bailarina, aos 14 anos. Iniciou-se no teatro aos 20 e também conseguiu papéis no cinema, numa primeira fase como figurante, a partir de "Uma Pulga na Balança" (1953).

Ao lado de seu primeiro marido, o ator John Herbert, teve um dos seus projetos iniciais de grande popularidade através da série "Alô, Doçura!", versão da sitcom norte-americana "I Love Lucy", nos anos 1950 e 1960.

Na década de 1970, reforçou a presença junto do grande público ao interpretar as gémeas Ruth e Raquel na primeira versão da novela "Mulheres de Areia". "A Viagem", "Guerra dos Sexos", "Sassaricando", "Pedra Sobre Pedra", "Anos Rebeldes", "O Rei do Gado", "A Indomada" ou "Fina Estampa" foram outras das dezenas de novelas nas quais se distinguiu.

No grande ecrã, participou em "Chico Viola Não Morreu", "O Cantor e o Milionário", "Cidade Ameaçada", "Assassinato em Copacabana", "O 5º Poder", "São Paulo S/A", "Cada um Dá o que Tem", "O Menino Arco-Íris" ou "O Signo da Cidade". Chegou a fazer uma audição para "Topázio", de Alfred Hitchcock, mas não foi escolhida. Eva Wilma contou em entrevistas que discutiu em português com o realizador britânico.

O primeiro galardão de uma carreira multipremiada chegou com a peça "Uma Mulher e Três Palhaços" (1955), pela qual ganhou o Prémio Governador do Estado de Melhor Atriz e à qual se seguiram dezenas de distinções ao longo de seis décadas.

Além de John Herbert, com quem teve dois filhos, foi casada com o também ator Carlos Zara, durante 23 anos.

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