De acordo com os documentos apresentados a um tribunal da Califórnia, Esmé Bianco foi convidada duas vezes para viajar até Los Angeles por Marilyn Manson - cujo nome de registo é Brian Warner - com a promessa de trabalho remunerado, apenas para ser submetida a atos de violência sexual, incluindo ser cortada, chicoteada e eletrocutada sem o seu consentimento.

"O senhor Warner violou a senhora Bianco por volta de maio de 2011", alega o processo. "Warner cometeu atos sexuais com Esmé Bianco quando ela estava inconsciente ou de outra forma incapaz de consentir" e "também cometeu agressão sexual contra Bianco em várias ocasiões", diz o documento.

Marilyn Manson e o seu ex-empresário Tony Ciulla - acusado de ser "cúmplice" e beneficiar financeiramente - não comentaram o processo. Já o advogado do músico, Howard King, disse ao site de celebridades TMZ que as acusações de Esmé Bianco são "comprovadamente falsas" e prometeu "contestar vigorosamente as alegações no tribunal".

Em fevereiro, a polícia de Los Angeles confirmou que estava a investigar denúncias de violência doméstica contra o cantor entre 2009 e 2011. As datas e o local da investigação coincidem com as acusações de Esmé Bianco.

No início de fevereiro, Marilyn Manson defendeu que as acusações de violação e assédio sexual de que foi alvo, tornadas públicas por várias mulheres, entre as quais a atriz Evan Rachel Wood, são “distorções horríveis da realidade”.

“Obviamente, a minha arte e a minha vida têm sido ímanes para a controvérsia, mas estas alegações recentes sobre mim são distorções horríveis da realidade”, lê-se numa publicação partilhada hoje de madrugada na página oficial do artista na rede social Instagram.

No dia 1 de fevereiro, pelo menos cinco mulheres publicaram no Instagram, praticamente em simultâneo, denúncias contra Marilyn Manson, cujo nome verdadeiro é Brian Warner. Na mensagem publicada no dia seguinte, o cantor garante que os seus “relacionamentos íntimos foram sempre inteiramente consensuais com parceiros com pensamento semelhante”.

“Não obstante como – e porquê – outros estão agora a escolher deturpar o passado, essa é a verdade”, defendeu.

Há vários anos que recaem sobre Marilyn Manson suspeitas de abuso sexual.

Em 2018, a atriz Evan Rachel Wood, que integrou, entre outros, o elenco da série “Westworld”, contou, durante audiências que decorreram no Congresso dos Estados Unidos da América), que tinha sido violada, sem, no entanto, revelar a identidade do agressor.

Na publicação que partilhou no início do mês, na sua conta oficial no Instagram, Evan Rachel Wood, de 33 anos, revelou o nome: “Brian Warner, também conhecido pelo mundo como Marilyn Manson”.

A atriz contou que o músico a começou “a aliciar” quando era ainda adolescente e “abusou horrivelmente” dela “durante anos”.

A atriz teve um relacionamento com Marilyn Manson que acabou em 2010, já com o noivado anunciado.

Marilyn Manson, de 52 anos, ficou conhecido pela criação de uma personagem de inspiração gótica. O nome do artista é uma junção do nome próprio da icónica atriz norte-americana Marilyn Monroe com o apelido do homicida Charles Manson, responsável pela morte da atriz Sharon Tate.

Algumas das mulheres que dizem que foram violadas pelo artista revelaram que eram antigas 'groupies', e retrataram uma personagem sedutora, manipuladora, que as amarrava, ameaçava e obrigava ao consumo de drogas.

“Estou cansada de viver com medo de represálias, de calúnias e de chantagem”, escreveu Evan Rachel Wood.

Em 2009, em entrevista à revista Spin, Manson disse que tinha “todos os dias a fantasia de pulverizar” o crânio da atriz “com um martelo”.

O cantor norte-americano já atuou várias vezes em Portugal, a última das quais em junho de 2018 no Campo Pequeno, em Lisboa, onde apresentou ao vivo o décimo disco, “Heaven Upside Down”.

Brian Warner estreou-se em disco em 1994, com “Portrait of an American Family”, ao qual se seguiu “Antichrist Superstar”, álbum que vendeu milhões de cópias.