A associação tem como missão levar a música a lares, prisões, escolas, hospitais, locais onde ela geralmente não chega, tendo ainda como objetivo intervir junto de comunidades mais desfavorecidas, nomeadamente em Trás-os-Montes.

O projeto “Ser em Coletivo” visa, segundo divulgado em comunicado, “estimular a participação de pessoas em reclusão no desenvolvimento de atividades em prol da comunidade e do território envolvente, bem como promover a sua reinserção social, através de atividades culturais e artísticas”, o que está a ser feito através de “propostas artísticas que partem do movimento do corpo, pintura e música”.

“Foi a pensar nas dificuldades do processo de reintegração na sociedade com que muitos reclusos se deparam que surgiu a ideia do ‘Ser em Coletivo’, conjugando-se artes como meio de introspeção, comunicação, expressão das emoções e potencial para criar o futuro, um futuro que para este tipo de população é sempre extremamente incerto e com muitas dificuldades”, afirmou Caroline Dominguez, presidente da AMEP, citada no comunicado.

Teresa Fonseca, conhecida como Teresa Taf, diretora artística do projeto, acrescentou que a iniciativa surgiu também “como necessidade de levar ao estabelecimento prisional um espaço de reflexão onde, com liberdade, cada recluso pode fazer um caminho de descoberta interior e pode ter a oportunidade de descobrir o seu ‘eu’ no coletivo, na sociedade e assim ‘ser mais e ser no coletivo’”.

Como artista plástica Teresa Taf acredita que a “arte é um veículo de esperança e que tem um papel fundamental neste mundo”, e defende que a “arte deve chegar a todos e todos devem experimentá-la”.

“E nós artistas temos uma grande responsabilidade de participar mais na sociedade, sair fora do ateliê e ser e dar voz a quem mais precisa”, afirmou, frisando que a “arte é uma linguagem que é inclusiva e dá voz a todos”.

“Ser em Coletivo” começou em julho de 2021 e terminará com uma apresentação pública em julho de 2022.

O projeto conta com a colaboração de vários artistas, como Paulo Coelho que se dedica à criação de música de grupo recorrendo aos sons de instrumentos caseiros, enquanto Vitor Fernandes – o Bitocas - é responsável por situações espontâneas onde se exploram os ritmos, o movimento e o canto, Inês Peres orientará a “pintura individual e coletiva que irá dar cor e traços aos sentimentos” e, no movimento, introspeção e criação de sentimento de grupo é Sofia Leite a formadora responsável.

Foram já vários os projetos e atividades dinamizadas pela Associação Música Esperança Portugal no Estabelecimento Prisional de Vila Real, incluindo uma performance artística pública, onde um grupo de 10 reclusos apresentou um trabalho realizado nas áreas de expressão plástica e movimento.

A Direção-Geral das Artes (DGArtes) aprovou uma bolsa, depois de um pedido submetido pela associação em 2020, para assegurar a continuidade do trabalho na cadeia de Vila Real.

“Gostaríamos muito de ter a possibilidade de receber mais apoios no futuro para que, em conjunto com outros artistas e formadores que possam vir a juntar-se ao projeto, consigamos chegar a outros estabelecimentos prisionais do país, criar mais propostas inclusivas pensadas para darmos e receber dos reclusos, com quem também aprendemos tanto”, sublinhou a diretora artística do projeto.

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