Pelas 21:30 de 18 de maio, a sexta sessão do ciclo que pretende desafiar bandas históricas do Porto a jovens emergentes associa os autores de “Nó Cego” ou “Latin’América” à soul de Marta Ren em “Stop, Look, Listen”, registo de estreia do projeto que mantém com a banda The Groovelvets.

Mário Barreiros integra desde a formação o grupo que se estreou em 1980 com “Estamos Aí” e explicou à Lusa que a banda se mantém hoje em dia “por prazer”, apesar dos vários compromissos dos elementos, uma vez que “as pessoas gostam do grupo e há muito saudosismo”, algo comprovado em dois concertos, nos Coliseus de Lisboa e Porto, durante o ano de 2013, onde receberam “muito ‘feedback’”.

No Rivoli, vão revisitar o segundo álbum, homónimo, lançado em 1982, mas a atuação também deverá incidir sobre “alguns temas de outros discos”, como o ‘single’ “Ribeira” ou “canções do terceiro disco”, “Recados do Campo e da Cidade”, lançado em 1990.

Ainda que queiram fazer o concerto de forma “um bocadinho diferente”, “um bocadinho mais intimista”, apontou José Nogueira, outro dos elementos da banda, até porque nenhum dos elementos “é o mesmo que era há 30 anos”, as canções interpretadas não vão fugir do “essencial”.

“Não haverá mudanças profundas, até porque aqueles temas são muito fortes, com uma identidade forte. A maneira como nós já estamos em palco e os tocamos, a nossa abordagem, é que já é um pouco diferente. Há muito mais pormenores e improvisação”, completou o músico.

Na calha para o futuro próximo poderá estar, garantem, novo material de estúdio, porque o grupo é “criativo, provavelmente alguma coisa vai sair”, ainda que possa ser na forma de “músicas novas” ou de “revisitações ao reportório de forma diferente”.

“O importante é estarmos bem e gostarmos do que estamos a fazer, sentirmos as músicas”, considerou José Nogueira, enquanto Mário Barreiros destaca as canções “realmente boas e que duram” e a reedição em vinil de “Jafumega”, pela mão da editora Universal, disponível no dia do concerto.

Antes de Mário Barreiros, José Nogueira, Eugénio Barreiros e Luís Portugal subirem ao palco, acompanhados por Miguel Ferreira, Ricardo Coelho e Nuno Coelho, é a vez de Marta Ren & The Groovelvets apresentarem à sala de espetáculos portuense “Stop, Look, Listen”, editado em fevereiro de 2016, num concerto onde quer mostrar alguns “arranjos diferentes” para poder “renovar a atuação”.

A cantora portuense, que se assume “orgulhosamente tripeira”, aproveitou ainda para elogiar a banda com quem partilha o evento, revelando “um enorme privilégio e um prazer, um orgulho, poder tocar com os Jafumega”.

“É uma banda da minha infância e adolescência. Gosto muito e tenho boas memórias, vai ser espetacular”, atirou a ex-vocalista de bandas como Sloppy Joe ou Bombazines, que atravessa um bom momento na carreira, com “dezenas de concertos” agendados e as vendas do disco, em vinil e CD, a correrem “muito bem”.

Desde 1996 que Marta Ren canta de forma profissional e garante que nunca teve “tantos concertos na vida”, razão pela qual já pensa num próximo trabalho de estúdio, sem que tenha tido tempo para escrever, além de que “este álbum ainda tem de ser muito tocado”.

“Daqui a 20 anos, vou ouvir este disco e não vou ter vergonha dele, há poucas coisas que teria feito de forma diferente”, comentou.

A cantora elogiou ainda o ciclo Porto Best Of, por aliar “bandas icónicas” a outras “relativamente novas, para mostrar ao Porto o que está a ser feito de novo”, bem como “o Rivoli voltar a ter concertos”, um sinal de que “a movida cultural do Porto está a voltar”.