A cerimónia de doutoramento, às 16h30, no Salão Nobre da Universidade de Lisboa, é seguida de uma conferência pelo músico, na Faculdade de Letras da Universidade, que propôs o seu doutoramento.

O diretor da Faculdade de Letras, Miguel Tamen, disse à agência Lusa que Brendel “é um excelente exemplo do que são as humanidades” e destacou o facto de “além de ser um dos maiores pianistas do século XX, é também um crítico, poeta e filósofo”. "Para nós é uma honra", rematou.

A conferência de Brendel, às 18h30, no anfiteatro 1 da Faculdade, intitula-se “Naivety and Irony. Goethe’s Musical Needs", e é apresentada no âmbito do ciclo “Lisbon Lectures in the Humanities”.

Nesta conferência, Alfred Brendel “reflete sobre o significado da música para Goethe, segundo uma declaração presente nos seus escritos sobre arte e antiguidade”. Tendo em conta “a declaração, feita depois de uma performance da ‘Criação’, de Haydn, este compositor reuniria em si os traços característicos do génio: a ingenuidade e a ironia”.

O recém-distinguido pela Universidade de Lisboa vai “passar em revista os significados atribuídos a este último termo no tempo de Goethe, analisando o sentido que lhe é dado pelo autor alemão, e o modo como a ironia se relaciona com a ingenuidade”, refere a universidade no seu portal.

O pianista esteve em Portugal, no ano passado, no âmbito do Festival dos Capuchos, em Almada.

Este doutoramento 'honoris causa' junta-se a outros graus similares, nomeadamente das Universidades de Londres, Cambridge e Oxford, em Inglaterra, assim como de Yale, nos Estados Unidos, e da University College de Dublin, na Irlanda, e de diversos conservatórios de música, entre os quais o Royal College of Music, New England Conservatory, também em Inglaterra, e McGill e Julliard School of Music, nos Estados Unidos.

Brendel nasceu a 5 de janeiro de 1931, em  Wizemberk, atual República Checa e vive, desde 1971, em Londres.

O músico estudou piano e composição em Zagreb, na Croácia e em Graz, na Áustria, tendo tido aulas com os pianistas Edwin Fischer, Paul Baumgartner e Eduard Steuermann.

O pianista protagonizou uma carreira internacional de mais de 60 anos, da qual se despediu em finais de 2008, num concerto com a Orquesrta Filarmónica de Viena.

As suas interpretações de Mozart, Haydn, Beethoven e Schubert, “são particularmente aclamadas”, segundo a crítica internacional, que o premiou regularmente ao longo de toda a sua carreira.

Além da sua contribuição para a inclusão de obras de Schoenberg nos programas das salas de concerto, acompanhou cantores como Hermann Prey, Dietrich Fischer-Dieskau e Matthias Goerne, que marcaram a interpretação do 'lied', desde os anos de 1950.

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