"O Número das Estrelas", o romance juvenil que a escritora norte-americana Lois Lowry publicou nos anos 1990, sobre o salvamento de judeus dinamarqueses durante a segunda Guerra Mundial, é editado pela primeira vez em Portugal.

A narrativa passa-se em 1943, em Copenhaga, ocupada pelo regime nazi, e conta a história de Annemarie, uma menina de dez anos que vê a família da melhor amiga, Ellen, ameaçada de deportação por ser judia. No livro é relatada a relação entre as amigas e a fuga daquela família, assim como de outros judeus, para a Suécia.

Embora tenha feito pesquisa e várias viagens à Dinamarca, para conhecer melhor a história do país durante a ocupação nazi, Lois Lowry conta na introdução que se inspirou numa história contada por uma amiga de infância, dinamarquesa.

"Ambas gostamos de pensar nas crianças que leem esta história nos dias que correm, descobrindo‑a pela primeira vez e percebendo que houve uma altura, durante um curto tempo e num pequeno território, em que um grupo de pessoas livres de preconceitos honrou a humanidade de toda a gente", afirma a autora.

Segundo a escritora, este é um livro sobre a capacidade do ser humano para o ódio, sobre perseverança e amizade.

"O número das estrelas", cujo título remete para um dos salmos da Bíblia - "Conta o número das estrelas, chama-as a todas pelos seus nomes" - e para a estrela de David, já vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares, em particular nos Estados Unidos.

Editado pela primeira vez em Portugal pela Booksmile, "O Número das Estrelas"" insere-se no mesmo registo de outras obras sobre o Holocausto, recomendadas para leitores mais novos, como "O Diário de Anne Frank", "O Rapaz do Pijama às Riscas", de John Boyne, "A Rapariga que Roubava Livros", de Markus Zusak, e "Quando Hitler roubou o Coelho cor-de-rosa", de Judith Kerr.

Lois Lowry, atualmente com 78 anos, é autora de cerca de trinta livros para crianças e jovens, estando publicados em Portugal "The Giver", "O guardião de memórias" e "O meu nome é Anastasia Krupnik".

Várias vezes premiada por uma obra literária para os mais novos que aborda temas como a morte, o racismo e o Holocausto, Lois Lowry é finalista este ano do prémio Hans Chistian Andersen e está nomeada para o prémio Astrid Lindgren Memorial Award.

"Os meus livros são variados tanto em conteúdo como em estilo. Ainda assim, parece-me que todos eles se debruçam, no essencial, sobre o mesmo assunto: a importância das relações humanas", afirma a autora na Internet.