A edição da banda desenhada tem o selo da norte-americana Clover Press e o primeiro de quatro volumes foi agora publicado no mercado norte-americano, com o qual Jorge Coelho tem colaborado há vários anos.

"O Grande Gatsby", publicado há quase cem anos, em 1925, é considerado um dos clássicos do romance norte-americano do início do século XX.

O livro narra o ambiente de euforia e prosperidade do pós-primeira guerra mundial, em Nova Iorque, nos primeiros anos da década de 1920. A narrativa centra-se no romance entre o milionário Jay Gatsby e Daisy Buchanan.

A obra de F. Scott Fitzgerald já teve várias adaptações para cinema, também para teatro e para novela gráfica, juntando-se agora uma nova interpretação visual assinada por Jorge Coelho, com argumento do autor e produtor norte-americano Ted Adams.

Jorge Coelho, 44 anos, estudou na secundária António Arroio, em Lisboa, fez um curso profissional de artes gráficas, trabalhou como ilustrador e paginador, cofundou o atelier coletivo The Lisbon Studio.

Teve os primeiros trabalhos pagos aos 36 anos e hoje dedica-se apenas à banda desenhada, por causas das encomendas de editoras norte-americanas, nomeadamente a Marvel, a Boom Studios e a Image.

"Sempre cresci com a BD norte-americana. O meu DNA é americano, não é europeu. Dê por onde der, o meu traço já é um bocado americano. É uma coisa natural", contou em entrevista à agência Lusa em 2019, quando teve direito a uma exposição retrospetiva no festival de banda desenhada da Amadora.

Nessa altura estava já a trabalhar na adaptação do romance de Fitzgerald, num registo muito diferente de álbuns anteriormente editados, como "John Flood", "Robocop" e "Rocket Racoon".

"Neste projeto não há super-heróis, não há nada de fantástico, é uma história de época dos anos 1920. Será uma 'graphic novel' em fascículos nos Estados Unidos, mas no resto do mundo será em livro", disse.

Nesta novela gráfica, Jorge Coelho investiu, pela primeira vez, na produção de cor. Explicou à Lusa que é mais um passo num caminho vagaroso até conseguir ser um autor completo, que assina todas as fases do processo, do argumento ao desenho.