Editado pela Companhia das Letras, do grupo editorial Penguin Random House, “Maré Alta” é um retrato social de uma época extensa, com peripécias históricas e decisões políticas sentidas na pele das pessoas comuns, que embora se inspire em factos reais, não deixa de ser ficção.

“Cabe quase tudo num século de vida de um povo. Naufrágios e glórias, luz e trevas, gente levantada e de joelhos. E, durante todos esses anos, a maré sobe e desce. Há um país que se vai transformando, mesmo visto de longe. Há homens em fuga para a frente, que trocam de nome e de moral. Há mulheres de dentes cerrados. Há filhos deixados para trás. Meadas de histórias e de sangues às quais se perdeu o fio”, descreve a sinopse.

Neste romance sem heróis, onde todos lutam, sobrevivem e morrem a tentar ser livres, é possível “tentar destrinçar, no meio do medo e da culpa, onde acaba a ficção e começa a realidade”, afirma a editora.

Por vezes, a intimidade da escrita aproxima o leitor de acontecimentos distantes, outras vezes, a frieza da narrativa resguarda momentos de grande profundidade, acrescenta, sublinhando que este romance é “um retrato cru e épico do Portugal do século XX e de quem o viveu, no limiar onde a esperança, o sonho e a memória se confundem e perdem na sucessão de marés”.

Este novo romance de Pedro Vieira sucede-se a “O Que Não Pode Ser Salvo”, publicado em 2015, e a “Última Paragem, Massamá”, de 2011, ambos editados pela Quetzal.

Pelo meio, ainda lançou um livro de crónicas, intitulado “Éramos Felizes e Não Sabíamos”, na mesma editora.

Nascido em Lisboa, em 1975, Pedro Vieira trabalhou no Canal Q das Produções Fictícias como criativo e foi um dos responsáveis pelo programa “Ah, a Literatura!”.

Apresentou também o programa diário “Inferno”, sendo atualmente o guionista e apresentador do programa “O Último Apaga a Luz”, da RTP3.

Durante o seu trajeto, foi ainda consultor de comunicação na Booktailors, designer no Centro Cultural Olga Cadaval, e livreiro em livrarias dos grupos Almedina e Bulhosa.

Fez formação adicional na área da ilustração, e é ilustrador residente da revista LER, tendo já feito trabalhos de ilustração para várias editoras.

O seu romance de estreia, “Última Paragem: Massamá”, valeu-lhe o prémio P.E.N. Clube Português para Primeira Obra 2012.