Ali Abbasi, o realizador de "The Apprentice: A História de Trump", o polémico filme sobre a juventude do presidente dos EUA Donald Trump, nomeado para dois Óscares, pediu desculpa no sábado depois de admitir um gesto “excessivamente familiar” para com um ator que mais tarde se queixou de ter sido apalpado.

O cineasta dinamarquês-iraniano disse na rede social X (antigo Twitter) que estava “realmente arrependido” pelo seu comportamento alcoolizado numa festa que se seguiu à cerimónia dos Globos de Ouro em Los Angeles, em janeiro.

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"The Apprentice", lançado semanas antes das eleições norte-americanas do ano passado, causou polémica pela sua representação nada lisonjeira de Trump, retratando-o como sofrendo de disfunção erétil e sendo submetido a uma cirurgia para queda de cabelo.

“Compreendo perfeitamente que a minha ação deixou alguém desconfortável, independentemente da minha intenção, e por isso lamento sinceramente”, escreveu Abbasi nas redes sociais sobre o incidente.

O realizador diz que “fez um gesto demasiado familiar – uma palmada no traseiro” para um conhecido do sexo masculino com quem considerava ter um relacionamento amigável, mas disse que "a intenção era que fosse em tom de brincadeira e não de forma alguma sexual”.

"Percebi rapidamente que havia avaliado mal a situação. Pedi-lhe desculpas imediatamente e, no dia seguinte, certifiquei-me de que o meu pedido de desculpas era reiterado através dos meus representantes", disse Abbasi.

Conhecido ainda pelos aclamados filmes "Na Fronteira" (2018) e "Holy Spider" (2022), o realizador refutou uma notícia da revista The Hollywood Reporter de que a sua agência de talentos, a Creative Artists Agency (CAA), o dispensara devido à alegação contra ele.

“A minha decisão de me separar foi uma decisão profissional de longo prazo que não foi moldada por motivações de curto prazo”, disse.

"The Apprentice: A História de Trump" concorre aos Óscares nas categorias de Melhor Ator (Sebastian Stan) e Melhor Ator Secundário (Jeremy Strong).

Foi lançado nos cinemas dos EUA pelo estúdio independente Briarcliff Entertainment, já que nenhum grande estúdio de Hollywood estava disposto a arriscar distribuir o filme polarizador.

A cena mais comentada mostra Trump a violar a sua primeira esposa, Ivana, após esta o criticar por estar a ficar com excesso de peso e careca.

Na vida real, Ivana acusou Trump de violá-la durante o processo de divórcio, mas depois retirou a acusação. Ela morreu em 2022.

A 97.ª edição dos Óscares está marcada para 2 de março, em Los Angeles, Califórnia, com apresentação de Conan O’Brien.