Após investigar as acusações de assédio sexual feitas contra Morgan Freeman, o sindicato dos atores americanos (SAG-AFTRA) decidiu não revogar o prémio de carreira que lhe tinha atribuído a 21 de janeiro.

"Baseado nos resultados de uma investigação independente e na informação que temos neste momento, não vamos desencadear qualquer ação relacionada com o prémio de carreira atribuído a Morgan Freeman. Como sempre, os detalhes da investigação são confidenciais", disse um porta-voz do sindicato esta quinta-feira.

O tom é diferente do utilizado pela organização a 24 de maio, após uma reportagem da CNN ter avançado que oito mulheres alegavam ter sido assediadas sexualmente ou ouvido comentários inapropriados por Morgan Freeman.

Morgan Freeman exige pedido de desculpa à CNN
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"Estas são acusações credíveis e devastadoras absolutamente contrárias a todos os passos que estamos a tomar para garantir um ambiente de trabalho seguro para os profissionais desta indústria", referiu então o porta-voz do sindicato.

"Qualquer pessoa acusada tem direito à sua defesa, mas o nosso ponto de partida é acreditar nas vozes corajosas que se apresentam para relatar incidentes de assédio. Uma vez que o senhor Freeman recebeu recentemente uma das maiores honras do nosso sindicato em reconhecimento pela carreira, estamos a analisar que ações corretivas podem ser necessárias nesta altura", acrescentou.

Antes da credibilidade da reportagem da CNN ser colocada em causa, Morgan Freeman perdeu contratos publicitários e parecia estar prestes a juntar-se à lista de estrelas de Hollywood e outras figuras públicas caídas em desgraça com o surgimento dos movimentos #MeToo e Time's Up.

O ator de 80 anos pediu por duas vezes desculpas "a quem quer que ele possa ter incomodado", mas negou ser culpado de assédio: "Não criei ambientes de trabalho inseguros. Não ataquei mulheres. Não ofereci trabalho ou promoções em troca de sexo e qualquer indício de que o fiz é completamente falso".