Martin Solveig pode estar prestes a tornar-se um quarentão, mas isso não o impede de continuar a ser um dos DJs mais reconhecidos do mundo. Agora, com presença marcada em Portugal no festival da RFM SOMNII, domingo, dia 13 de julho, o artista francês esteve à conversa com o SAPO On The Hop e revelou mais sobre si e o seu espetáculo na Figueira da Foz.
SAPO On the Hop: Antes de mais, sentes-te entusiasmado por seres cabeça de cartaz no RFM SOMNII, em Portugal?
Martin Solveig (MS): Sim, estou muito entusiasmado por ser cabeça de cartaz deste grande e belo evento. Já lá vão uns tempos desde a última vez que atuei em Portugal, e desde que criei uma ligação particular com este povo e este público. Estou mesmo entusiasmado com este festival!
O que podemos esperar deste espetáculo? Alguma surpresa? E o que esperas do teu lado desta experiência?
MS: O que podem esperar é, basicamente, um Martin Solveig 2015, o que consiste em imensa diversão. Não é óbvio? Também vai haver espaço para uma produção de vídeo especial que eu tenho estado a trabalhar desde que atuei em Coachella, quando comecei a trabalhar tanto nos vídeos como no som. Tudo isto deve dar origem a um grande espetáculo!
Tens atualmente 38 anos. Como te sentes sabendo que todos os dias existem novos artistas com novas faixas e novos sons a surgir por todo o mundo? É mais difícil sobressair nos dias de hoje?
MS: Eu tenho 38 anos, o que significa ser francamente velho como artista musical, é verdade. Acho que é um bocado mais fácil durar no mundo dos DJs, pelo facto de ser um fenómeno musical novo e nós - com o David Guetta, Tiesto, Armin Van Buuren e tantos outros que podia mencionar - fomos a primeira onda de popularidade internacional de DJs, o que nos dá mais tempo para estabelecer a indústria. Contudo, é normal que existam novas pessoas a chegar todos os anos, e será algo bastante natural que um dia eu termine a minha carreira e dê espaço para alguns dos mais novos. Sinto-me feliz com isso.
Colocando os números de lado, continuas a ser um dos DJs mais populares do mundo. Sentes a pressão do sucesso ano após ano?
MS: Acabo por não sentir a pressão do sucesso pelo facto de ter conhecido muitos altos e baixos na minha carreira. Sempre foi boa, com momentos mais loucos e outros mais sossegados, por isso eu aprendi a apreciar a ideia da onda, de ir para cima e para baixo. Não existe pressão porque eu estou a fazer aquilo que é a minha paixão. Estou a fazer música com todo o meu coração, por isso o sucesso não é a coisa mais importante. Partilhar a minha música com as pessoas que a querem ouvir é que é o mais importante. Tenho tido muita sorte e não tenho as coisas como garantidas.
Sempre te vimos com uma imagem limpa e fresca, mas presentemente as coisas mudaram com o teu bigode. Quando sentiste que estava na altura de mudar e porquê?
MS: O bigode surgiu por acidente, como tantas coisas que por vezes fazem a diferença. Simplesmente não me barbeei devidamente antes do meu último espetáculo no festival Tomorrowland do ano passado. Estava com um pequeno bigode e as pessoas começaram a reagir imenso a divertir-se com isso. Por isso eu decidi mantê-lo por algumas semanas.
Passaram vários anos desde que te tornaste uma celebridade. Sentes falta de voltar a casa como uma 'pessoa normal'?
MS: Eu considero-me uma pessoa normal. Nos países onde eu passo a maior parte do tempo, como Los Angeles, Paris ou Ibiza, não sinto a pressão de ter pessoas à minha volta como se eu fosse o Justin Bieber. É essa a vantagem de ter 38: as pessoas reconhecem-me, mas não ficam malucas por causa disso.
Ser um dos produtores do álbum de Madonna ("MDNA") foi certamente um dos momentos altos da tua carreira. Quais são os teus objetivos para o futuro?
MS: É absolutamente verdade que não existe algo melhor do que estar em estúdio e produzir para a Madonna, que é uma das maiores lendas vivas da música do momento. Os meus projetos para o futuro são os mesmos: fazer música da melhor maneira possível, e se eu a puder partilhar com artistas, isso será fantástico. Não tenho planos a esse nível. Vai tudo depender dos projetos e das oportunidades.
Se tivesses de escolher aquela que seria a tua segunda casa, onde seria?
MS: A minha segunda casa seria em Jose Ignacio, no Uruguai. É um sítio muito sossegado, lindo e autêntico. É um sítio onde me sinto mesmo bem.
Se tivesses de produzir uma faixa sobre Portugal, qual seria o tema?
MS: Se tivesse de escrever uma música sobre Portugal seria sobre a felicidade e a inocência.
Qual o país em que te sentiste mais fora da tua zona de conforto?
MS: A resposta mais sincera é que eu me sinto na minha zona de conforto em qualquer lado dentro de Los Angeles, Nova Iorque ou Paris, obviamente. São as três cidades onde eu me sinto realmente em casa.
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