
Lena d'Água, com o tema "Nunca Me Fui Embora", de Pedro Silva Martins, participou pela primeira vez no Festival da Canção da RTP na edição deste ano. E foi com a estreia na fase de seleção nacional para a Eurovisão que a cantora voltou a olhar para o evento.
"Nos últimos anos, desliguei-me porque a minha vida também começou a ser diferente - vi muito menos televisão durante anos. Só agora é que voltei a ver, nestes últimos anos que estou na aldeia. Mas deixei de ver e de seguir porque a evolução que festival foi ganhando não trazia realmente músicas boas e isso foi-me desligando. Era mais show-off, esses bonzões, os efeitos especiais, os bailarinos e os gritos. Isso tudo me incomoda. Não gosto nada disso... Da maneira, que me fui desligando até que este ano fui convidada a participar e achei uma graça", contou Lena D'Água ao SAPO Mag.
"Eu nasci nos anos 1950. Lembro-me de ver o António Calvário, tinha sete anos. Lembro-me de ter ficado muito triste porque não tivemos pontos, sofri imenso. Sofríamos, era sempre um momento de família. Só havia um canal de televisão e aquilo era um acontecimento muito especial todos os anos -ainda por cima, o nosso festival sempre foi no aniversário da RTP e depois ficávamos à espera de um lugarzinho ao sol. Nunca tivemos sorte nenhuma... até agora", explicou a cantora, confessando que se recorda especialmente das canções mais antigas. "Lembro-me das mais canções antigas porque depois deixou de ser aquilo era, o que era quando eu era crianças. Lembro-me de ver o Tordo, a Simone e fora esses que que me marcaram mais, sobretudo. O José Cid também", contou.
Tal como grande parte da Europa, Lena D'Água também se apaixonou por "Amar pelos Dois", de Salvador Sobral. "Fiquei completamente rendida desde o primeiro minuto, desde que assisti à canção da Luísa e do Salvador. Eles são fundamentalmente grandes músicos: eles são compõem, escrevem e tocam vários instrumentos. O Salvador toca vários instrumentos e depois aquela voz, com aquela emoção...", frisa a artista.
"O poema é lindíssimo, aquilo toca fundo a toda a gente - vá, não digo a toda a gente porque, enfim, há sempre os que acham que aquilo é esquisito, que ele é esquisito. Aquelas pessoas que não conseguem ver a beleza, fundamentalmente a beleza daquela canção e da interpretação do Salvador. Aquilo é uma coisa fora de série. Desde o primeiro minuto, não tive dúvidas que era aquela canção que mais merecia ganhar e representar Portugal", revelou Lena D'Água ao SAPO Mag. Mas os elogios da cantora não se ficam por aqui: "De facto, é linda de morrer. Estou completamente apaixonada porque cada vez que ouço - e já ouvi tantas vezes-, arrepio-me. Faz-me sentir coisas fortíssimas. É, de facto, uma belíssima canção, uma fantástica canção".
"A canção fala por si, vale pena voz e pela canção. Ele está num palco mais pequeno, uma zona mais limitada do palco com o público mais próximo dele. Esta canção tem um destaque especial. Tenho a certeza que vai ficar no top três. Vamos ver", aposta a cantora.
Itália é o principal rival de Portugal na final do Festival Eurovisão da Canção, segundo as casas de apostas online. "A Itália tem uma boa cação, provavelmente a vencedora, mas ainda não sabemos. Mas é uma boa canção e percebo que tem uma letra com mensagens políticas. E ele é bom. Depois há mais duas ou três. Ouvi todas as canções porque fui contactada para dar a minha votação", diz Lena D'Água, acrescentando que "aquela gritaria toda não é música". "Tudo aquilo me irrita profundamente. Aquilo parece um circo, um um circo de gritos", remata, elogiando ainda a canção da Bélgica.
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