
O FNAC Live está de regresso aos jardins da Torre de Belém, no dia 7 de junho, para a 13.ª edição. Com entrada livre e vista para o Tejo, o evento promete um dia inteiro de música portuguesa, entre nomes consagrados e novos talentos.
Lena D’Água é uma das protagonistas da edição de 2025, atuando a partir das 19h20 num dia que conta ainda com Ana Moura (16h00), Dino d’Santiago (17h40) e Capitão Fausto (21h00) no Palco Principal. Já o Palco Novos Talentos FNAC (NTF) dá espaço à nova geração, com atuações de Samalandra (17h10), Marquise (18h50), Mars County (20h30) e Miss Universo (22h15) e — num alinhamento que cruza jazztrónica, rock alternativo e psicadelismo.
Em conversa com o SAPO Mag, Lena D’Água destaca a importância de eventos como o FNAC Live e promete ir ver e ouvir os novos talentos da música. "Vou estar lá para ouvir os miúdos que vão tocar a seguir aos Capitão Fausto, os Miss Universo. Quero muito vê-los ao vivo. Em princípio, estarei a ver os 'Capitão' e, depois, vou ao palco das novas bandas para ver o neto do Zé Mário Branco", conta.

A artista tem, aliás, um motivo especial para celebrar este regresso ao FNAC Live, depois de ter sido forçada a faltar na edição anterior. "Em 2024, tive de cancelar o meu concerto no FNAC Live porque tinha COVID. Fiquei a ver na televisão e pronto. Mas vamos este ano e estou toda contente porque Lisboa é a minha terra e o meu disco é incrível. Estou muito contente. No ano passado, ainda só tínhamos um ou dois singles a rodar. Entretanto, em novembro, saiu o 'Tropical Glaciar' e vamos poder tocar uma data de músicas do novo álbum", celebra Lena D'Água.
Além das canções do novo disco, a cantora promete viagens ao passado. "Vamos misturar músicas do meu antigamente. E também um bocadinho do 'Desalmadamente'", revela ao SAPO Mag. "É difícil depois estar a escolher, mas vamos fazer uma mistura muito boa. (...) No festival vamos tocar cinquenta minutos e, por isso, tens de tirar alguns temas que fazem parte do nosso alinhamento dos concertos. Mas estou contente por voltar à minha terrinha mais uma vez", confessa.
"Ar livre, entrada livre, qualquer pessoa pode levar os seus avós e os seus netos e toda a gente é bem-vinda. Não há grades para conter, como acontece nos festivais normalmente - aqueles festivais com milhares e milhares de pessoas. Ai, que Deus me livre. Estou contente", frisa a artista.

O centro do concerto será "Tropical Glaciar", disco editado em 2024 por Lena D’Água. "A pandemia atrasou um bocadinho o lançamento. Tinha as canções comigo desde 2022. O Pedro da Silva Martins, que é compositor muito prolífico, tinha composto 17 músicas, mas acabamos com 10. E foram quase dois anos até meter o álbum cá fora", recorda.
"Acho que só não foi considerado como o melhor álbum do ano - e as coisas todas que o outro teve direito - porque saiu no final do ano, perdemos um bocadinho a oportunidade de recebermos mais prémios. Mas, pela reação que temos visto nos concertos e depois dos concertos, com as vendas de CDs, vinis, camisolas... sei que o disco foi super bem recebido", destaca a artista.
Para Lena D’Água, os "prémios são sempre uma coisa boa, mas o prémio maior é o prémio do amor e da cumplicidade e da alegria do público". "Nesta altura da minha vida... imagina, eu já sou avó de um miúdo com 12 anos e tenho crianças que podiam ser mais que meus netos nos concertos e sinto-me muito feliz. Com a idade que eu tenho só há mais uma cantora que continua no ativo, que é a Maria João, do jazz", assinala.
"Sinto-me mesmo muito abençoada porque o Pedro da Silva Martins, que me conhece desde que nasceu, desatou a escrever para mim e era disso que eu precisava. Nunca tive a predisposição para escrever canções. Francamente, eu acho que há alguns artistas que continuam a cantar as suas canções e acharia melhor até que eles dessem as suas canções para serem cantadas por outros. Não vou dizer nomes, mas há vários exemplos disto que estou a dizer. Cada um deve fazer aquilo que faz de melhor, é o que eu acho. E aquilo que eu acho que faço de melhor é cantar, interpretar e até inspirar", defende Lena D'Água.

"A música não tem idade, sabes? A música não tem idade. Eu tenho a idade que teria o Zé Pedro, o nosso querido Zé Pedro. Nascemos no mesmo ano. Maravilhosa criatura. Sem idade. E eu, apesar de ser mulher - e as mulheres nesta nossa cultura ocidental, não nos permitem... Mas não aceitam que a pessoa envelheça, que a pessoa não se estique toda, não faça cirurgias para perder 20 quilos, não sei quê. Mas eu cá estou e o que é importante é o espírito, é a música, é a voz, é a energia e a ligação com todas as pessoas tenham elas cinco anos, ou 10, ou 20, ou 40, ou 50, ou quase 70 anos", defende a artista.
Ao SAPO Mag, Lena D'Água confessa ainda que se sente feliz e sortuda: "Sinto-me abençoada especialmente porque a minha voz continua cá, a minha vontade também, a minha saúde também. Meu Deus, já vi tantas pessoas, amigas, tão mais novas do que eu, a irem embora antes do tempo e olha, não sei bem nem porquê, mas ainda cá estou, cheia de força".
Mais informações sobre o FNAC Live disponíveis aqui. Para aqueles que não conseguirem assistir ao vivo, podem seguir a emissão dos concertos através da Antena 3 ou do V+TVI.
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