Johnny Depp disse esta terça-feira que nunca agrediu uma mulher, ao depor nos Estados Unidos como testemunha no julgamento por difamação contra a ex-mulher Amber Heard.

"Houve discussões e coisas do género, mas nunca cheguei ao ponto de bater em Amber de forma alguma", disse o ator norte-americano ao júri no Tribunal do Condado de Fairfax, em Virgínia, perto de Washington.

"Não bati em nenhuma mulher na minha vida", reforçou, acrescentando que as acusações "cruéis e preocupantes" de agressão física feitas contra ele por Amber "não eram baseadas" em verdades e foram "um choque total".

Um dos seus advogados perguntou a Depp por que tinha avançado com o processo de difamação contra a ex-mulher.

"Era minha responsabilidade defender-me, não apenas por mim, mas também pelos meus filhos", respondeu o ator.

"Queria limpar os meus filhos dessas coisas horríveis que eles tinham que ler sobre o seu pai, que não estavam corretas", esclareceu.

O ator de "Piratas das Caraíbas", de 58 anos, usando um rabo de cavalo e vestindo um fato preto com camisa preta e gravata com estampa floral, depôs no quinto dia do julgamento.

Amber Heard ouviu atenta, sem esboçar reações, enquanto Depp falava com a voz pausada e gesticulava. Ele avançou com o processo após a ex-mulher, de 35 anos, escrever uma coluna para o jornal "The Washington Post" em dezembro de 2018 na qual se descreveu como uma "figura pública que representa o abuso doméstico".

A atriz nunca citou o nome de Depp, que ela conheceu durante a rodagem do filme "O Diário a Rum" (2011), mas ele processou-a por sugerir que era um agressor e pede 50 milhões de dólares de indemnização.

Amber, que foi casada com Depp de 2015 a 2017, respondeu com outra processo de difamação, reivindicando o dobro, 100 milhões, alegando que sofreu "violência física e abuso desenfreados" às suas mãos.

Depp acusa Amber de ter tentado procurar "publicidade" antes da estreia do filme "Aquaman", que protagonizou ao lado de Jason Momoa.

Em 2020, Depp perdeu um processo por difamação em Londres contra o tabloide The Sun, que o chamou de "espancador de mulheres".

Os advogados de Amber afirmaram que Depp se tornou um "monstro" devido ao uso de drogas e álcool e agrediu a atriz física e sexualmente.

"Muito boa"

Amber Heard esta terça-feira

O ator contou que experimentou drogas aos 11 anos, quando roubava "comprimidos para os nervos" da sua mãe, que o maltratava.

"Tomei substâncias ao longo dos anos, de vez em quando para afastar os fantasmas, os espectros, que me acompanhavam desde a juventude. Essencialmente, foi apenas automedicação", contou em tribunal.

No entanto, Depp ressaltou que não é "um maníaco que precisa estar drogado o tempo todo" e afirmou que a forma como é descrito pela atriz é falsa.

O ator foi questionado sobre o início do seu relacionamento com Amber: "Ela era amorosa, era como se fosse boa demais para ser verdade. Em cerca de um ano e meio, tornou-se quase outra pessoa."

Os advogados de Depp afirmam que as acusações tiveram um "impacto devastador" na carreira do ator em Hollywood. Ele teve que desistir de seu papel como Capitão Jack Sparrow em "Piratas das Caraíbas" e foi cortado da série de filmes "Monstros Fantásticos", da autora de "Harry Potter", J.K. Rowling.

"Nunca o vi agredir"

Johnny Depp depôs depois de um membro da sua equipa de segurança, Sean Bett, e Keenan Wyatt, que trabalhou como engenheiro de som em muitos dos seus filmes. Ambos afirmaram que nunca viram Depp ser violento.

"Nunca vi Johnny agredir ninguém", disse Wyatt, enquanto Bett afirmou ter visto Amber atirar uma "garrafa de água ou copo plástico" contra Depp.

O ator apresentou a queixa na Virgínia porque é onde é impresso o Washington Post, mas não está a processar o jornal. O estado possui leis antidifamação que são consideradas mais favoráveis aos queixosos do que as da Califórnia, onde os dois atores moram.

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