Com mais de meio século de carreira, José Cid celebra esta sexta-feira 80 anos. O artista homenageado com um Grammy Latino em 2019 "por excelência musical" e cuja discografia inclui álbuns icónicos como "10.000 Anos depois entre Vénus e Marte" (1978), considerado uma das referências do rock progressivo, tem na música uma paixão desde a infância.

"Diziam que eu era uma criança prodígio porque com 4 ou 5 anos cantava as músicas... sem ninguém me ter ensinado. Aquela vontadinha de criança era cantar na rádio", confessou numa entrevista ao SAPO Mag em 2015.

Nascido a 4 de fevereiro de 1942, na Chamusca, José Cid representou Portugal no Festival da Eurovisão, em 1980, com "Um Grande, Grande Amor", classificando-se em 7.º lugar. No ano anterior, classificou-se no 3.º posto no festival da OTI, com "Na Cabana Junto à Praia".

Em 1975, levou a canção "Ontem, Hoje e Amanhã" ao Festival Yamaha de Tóquio, no qual foi distinguido com o Most Outstanding Performance Award.

A SPA entregou-lhe o Prémio Consagração de carreira em 2009 e, na altura, proclamou-o omo "um dos mais populares nomes de sempre da música portuguesa, triunfador de vários festivais em Portugal e no estrangeiro, e autor de alguns dos maiores êxitos musicais das últimas décadas".

Em 2016, venceu o Prémio Pedro Osório, que distinguiu o álbum "Menino Prodígio" e "o grande êxito da sua carreira em palco e em estúdio".

Quando recebeu o Grammy Latino, em 2019, a Academia Latina da Gravação frisou que "adaptou sem esforço a influência da música popular ao estilo original do pop-rock português. Em 1956, o surgimento da sua banda de versões, Os Babies, marcou um momento de 'antes e depois' para o pop-rock em Portugal".

A entidade assinalou ainda que "o seu grupo seguinte, o Quarteto 1111, criou as bases do rock português, com uma forte tonalidade psicadélica, como denotou o enorme sucesso de 1967 'A Lenda De El-Rei D. Sebastião'. Continuando como artista solo, em 1978 lançou '10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte', considerado uma obra prima do rock progressivo. Ao atingir um novo estágio de maturidade musical nos anos 1980, Cid transformou o seu songbook (cancioneiro) das raízes de Portugal no maravilhoso 'Fado de Sempre'".

Na sua conta no Facebook, José Cid confessou que este foi um dos prémios mais importantes que já recebeu na sua carreira. "Estou também feliz porque o pop-rock português, sempre tão impossibilitado de atravessar fronteiras, é reconhecido a este nível. Parabéns a todos os meus colegas que escrevem e cantam em português".

Em entrevista ao SAPO Mag, o cantor assumiu que canta "sempre como se fosse morrer no dia a seguir". "A minha entrega em palco é tal que canto sempre como se o mundo fosse acabar no dia a seguir. Canto sempre como se fosse morrer no dia a seguir", sublinhou. "O que vai limitar a minha paragem será voz. Não me vou arrastar vocalmente pelos palcos".