O novo álbum do músico Gil do Carmo, “Sê”, uma homenagem à avó, a fadista Lucília do Carmo, é hoje editado, no mesmo dia em que também ficam disponíveis os novos trabalhos de Amélia Muge e Aldina Duarte.

“Quando decidi fazer este disco, tinha a premissa de pegar na discografia da minha avó, que para mim é uma fadista absolutamente genial, com uma discografia curta, intensa, mas desconhecida do grande público”, contou Gil do Carmo, em declarações à Lusa.

O músico decidiu pegar na “genialidade da voz” de Lucília do Carmo, e “vesti-la de uma forma que fizesse sentido no século XXI”.

No álbum, Gil do Carmo, com recurso às novas tecnologias, para as quais assume “não ter jeito nenhum”, conseguiu gravar um dueto com a avó, que morreu em 1998.

“Pegámos em dois fados da minha avó [‘Olhos garotos’ e ‘Loucura’] e fizemos o tema ‘Mundo Inteiro’”, contou.

Além disso, “sempre que fazia sentido um verso” de Lucília do Carmo ser incluído num tema, isso aconteceu. A voz de Lucília do Carmo ouve-se também em “Fado do tuk tuk” e há outras faixas no disco “onde vai aparecendo, quando faz sentido”.

Gil do Carmo descreve “Sê”, em termos sonoros, como “um varandim da multiculturalidade e da miscigenação do que se vive na Lisboa de amanhã”.

“Adoro ter a liberdade de, tanto na vida como na cultura, não catalogar e dizer que fiz um disco de determinado género. Se há coisa que amo, e a única forma em que enquadro o desenvolvimento do ser humano, é a mistura, a fusão, a miscigenação de sons e a multiculturalidade do privilégio que é ser português”, partilhou.

Prova disso, é a lista de convidados do álbum: a fadista Ana Sofia Varela, em “Fogo no mar”, o ‘rapper’ brasileiro Papo Reto, em “Ela por ela”, e o DJ e produtor Streossauro, com um ‘remix’ no tema “Alentejo”.

“Sê”, que Gil do Carmo tinha praticamente pronto no final de 2019, acabou por incluir também um tema em homenagem ao pai do músico, o fadista Carlos do Carmo, que morreu em janeiro do ano passado.

“Foi um fado escrito para entrar no último disco do meu pai, mas já não houve tempo. Depois de o meu pai ter desaparecido, decidi que a melhor forma de o homenagear seria gravá-lo e ainda decidi inclui-lo no disco”, disse sobre o tema “Fado breve”.

Hoje, além do novo álbum de Gil do Carmo, são também editados os novos trabalhos de Amélia Muge, “Amélias”, e de Aldina Duarte, “Tudo recomeça”.

“Amélias” é apresentado como “uma homenagem à riqueza do canto feminino em grupo, muito dele ‘a capella’”.

“As composições, originais, trazem memórias sonoras dessa expressão vocal primordial, numa leitura mais contemporânea que não lhe retira a raiz comum ao revisitar outras e novas abordagens”.

A coleção de 13 postais, ilustrados por Amélia Muge, que acompanha o álbum, torna “Amélias” “um objeto com características fora do comum”.

No novo álbum de Aldina Duarte, “Tudo recomeça”, “vive o fado tradicional como um organismo vivo, à solta num bilhete de ida e volta”.

“São fados que nunca deixou de cantar em concertos, desde a sua gravação. Fados apresentados a plateias calorosas, pela primeira vez fixados no silêncio do estúdio. Em síntese, uma breve antologia dos fados de vários discos, que nunca pararam de evoluir em palco, agora reconstituídos num quadro pessoal e atual, a que se somam algumas surpresas”, lê-se no texto de apresentação do disco.

Em “Tudo recomeça”, Aldina Duarte canta palavras de Manel Cruz, que assina o único “tema novo de raiz”, Maria do Rosário Pedreira ou João Ferreira-Rosa.

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