Produzido pela companhia A Tarumba – Teatro de Marionetas, com direção artística de Luís Vieira e Rute Ribeiro, o FIMFA Lx25 ocupa este ano os palcos de dez salas de Lisboa com marionetas microscópicas, galinhas gigantes, aspiradores robots, facas voadoras, bailados de insetos e vegetais, salsichas punk e clássicos de Ibsen, Grimm, Stravinsky e Tchaikovsky, revisitados por "novos olhares".

A programação, segundo os organizadores, "desafia fronteiras artísticas e explora temas como tradição e contemporaneidade, tecnologia e corpo humano, humor e crítica social".

Ao todo, são 24 diferentes espetáculos, a maioria em estreia nacional, num total de quase cem apresentações "por reputadas companhias, criadores e novos valores" de Bélgica, Canadá, Chéquia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Itália, México, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suíça. Vão ser acolhidos no São Luiz - Teatro Municipal, no LU.CA - Teatro Luís de Camões, nos teatros do Bairro, Variedades, Romano e Taborda, no Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, na Casa do Comum e na Biblioteca de Marvila.

A abertura do FIMFA acontece no teatro São Luiz, a 8 de maio, com "Uma Casa de Bonecas", de Henrik Ibsen, peça revisitada pela encenadora Yngvild Aspeli e a companhia franco-norueguesa Plexus Polaire, num "universo imersivo e perturbador", que "funde marionetas de tamanho humano e teatro visual".

O São Luiz também acolherá as companhias francesas Théâtre Gudule, com "La Frittata", sobre a eterna questão entre ovo e galinha, Bakélite, com "L’Amour du Risque", que confia a ação a aspiradores robot, La Pendue e "La Manékine", a partir de um conto dos Irmãos Grimm, e Stereoptik, com o cineconcerto "Antichambre".

Por este palco vai passar ainda "Epidermis Circus", pelos canadianos SNAFU, que exploram "o corpo humano de forma surreal e provocadora", "Dramas Curtos em Miniatura", pela Tarumba, inspirados em textos de humor absurdo de Edward Gordon Craig, e "Armazém 88", homenagem do Teatro de Marionetas do Porto ao seu fundador, o encenador e bonecreiro João Paulo Seara Cardoso (1956-2010), com "um mergulho no seu arquivo".

No Teatro Variedades estará a companhia italiana Dewey Dell, com uma "reinterpretação intensa" de "A Sagração da Primavera", de Igor Stravinsky, inspirada em insetos, enquanto o Teatro Taborda apresentará "Santa Pulcinella", pelos Gudule.

A estreia absoluta de "Agencia El Solar. Detectives de Objetos", de Shaday Larios e Jomi Oligor (México-Espanha), vai acontecer no Teatro do Bairro, que também vai acolher "Capital Canibal", dos portuenses Sonoscopia & Teatro de Ferro, peça que mistura punk, salsichas e crítica social, "Nano Steps - Into the Lab", com as marionetas microscópicas dos finlandeses Trial & Theatre, e "Us", do coletivo belga Midnight.

Para os mais novos, o LU.CA tem "Ponto, Ponto, Ponto", dos finlandeses Portmanteau, "Anatopias", dos franceses Justine Macadoux & J-A Dupont, e "Em Suspenso", do Théâtre l’Articule, da Suíça.

A companhia Limite Zero terá a "Próxima Estação" de Fernando Pessoa na Biblioteca de Marvila, a companhia checa KHWOSHCH transformará o clássico de Tchaikovsky "O Quebra-Nozes" num "Balé de Vegetais", no Teatro Romano, e os "Dom Roberto", por Ricardo Ávila, irão ao Museu de Lisboa, assim como "Box", do Circo Rum Ba Ba, do Reino Unido, e "The Bellhop", dos espanhóis Hilarilar Marionetas.

A Casa do Comum vai receber o espetáculo de encerramento: "Bruno", da criadora belga Griet Herssens.

O FIMFA terá ainda atividades paralelas, entre 'workshops' e conferências, sobre "Artes da Marioneta" e "Questões de Género".

Um ciclo de cinema, ainda a anunciar, decorrerá em paralelo na Cinemateca Portuguesa.