“Estado d’Alma”, o segundo álbum da carreira do fadista que já personificou a figura de Alfredo Marceneiro no musical “Amália”, de Filipe la Feria, é constituído 12 temas, entre ele “Loucuras não”, de António Rocha e Fernando da Silva, e “Ausente”, de Jorge fernando e Custódio Castelo”, que abre o álbum.
"Estado d'Alma, sucede ao álbum "Fado é saudade" (1998), e nele o fadista é acompanhado pelos músicos Luís Petisca, na guitarra portuguesa, que assina uma das melodias que gravou para uma letra de Carlos Queirós, “Varina”, e também Carlos Garcia, na viola, e João Penedo, no baixo.
Referindo-se ao disco, o fadista realçou que “é um ambiente essencialmente tradicional”, em que recupera alguns temas do repertório fadista como “Prece”, de Pedro Homem de Mello, que canta na melodia do Fado Tango, de Joaquim Campos, “Vagamundo”, de Alexandre O’Neill e Alain Oulman, e do teatro de revista o tema “Chiado antigo”, de César de Oliveira e Thilo Krassman.
"O fado é exatamente tradição, eu não sou contra as novas influências, o que eu acho, é que não devemos perder as nossas raízes que são o que define o fado”, disse à Lusa, adiantando que o disco “foi feito no sentido de gravar” aquilo que lhe apetecia gravar, e daí o título “Estado d’Alma”.
“Por isso é que, além de ter umas baladas, como o primeiro tema do álbum, e ainda fados-canções como ‘Chiado antigo’ e o ‘Fado recordado’, letra e música de Carlos Alberto França, e os fados tradicionais como Santa Luzia, de Armando machado, para um poema de José Luís Gordo, ‘Rosa de Amargura’, ou o ‘Roseira brava’, uma letra do Manuel Andrade, criado por um grande senhor que é o João Ferreira-Rosa, que o canta no Fado Primavera [de Pedro Rodrigues], que eu canto no Fado Cravo de Alfredo Marceneiro”, disse.
Antecipando a atuação na Casa da Música, Francisco Sobral apresenta-se num miniconcerto o disco na FNAC, em Leça da Palmeira, nos arredores do Porto.
Quanto ao alinhamento do espetáculo na Casa da Música, no qual será acompanhado por Rodolfo Godinho, na guitarra portuguesa, Carlos Garcia, na viola, e Eduardo Jordão, no contrabaixo, o fadista afirmou eu além de temas do álbum, incluirá algumas marchas populares e temas ligados à tauromaquia, pois foi neste meio que descobriu o fado.
Francisco Sobral, que durante nove ano forcado amador dos grupos de Beja, explicou que foi aí que nasceu para o fado: “Toiros, fados e convívio são a nossa tradição”.
“O fado é uma música muito simples e ao mesmo tempo complexa, há fados que se conseguem construir com um ou dois tons, e o que me apaixona no fado é precisamente, essa simplicidade e a sua sonoridade, e é impressionante como os estrangeiros se comovem, sem perceberem o sentido da letra, mas precisamente por essa sonoridade”.
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