A Orquestra Divino Sospiro e o Coro Gulbenkian vão fazer a estreia portuguesa do "Te Deum" de 1731, do compositor boémio Jan Dismas Zelenka, num concerto a realizar na quinta-feira, na Igreja de São Roque, em Lisboa.
A obra vai abrir o programa, que também conta com o chamado "Dettingen Te Deum", de Georg Friedrich Handel, composto para celebrar a vitória da armada inglesa na batalha de Dettingen, em 1743.
O "Te Deum" de 1731 é o segundo concebido por Zelenka sobre o texto litúrgico ("Te Deum laudamus"), com um maior efetivo vocal e instrumental, em relação ao anterior, de 1724.
O "Dettingen Te Deum", de Handel, para dois coros e orquestra, foi encomendado para a celebração da vitória das forças militares inglesas e austríacas em Dettingen, na Baviera, em junho de 1743, no âmbito da Guerra de Sucessão da Áustria, que opôs Inglaterra, Áustria e Hanover à Baviera e à França.
A interpretação dos dois "Te Deum" conta com o Coro Gulbenkian e a Orquestra Divino Sospiro, que utiliza instrumentos e cópias de instrumentos da época, sob a direção do maestro Jorge Matta.
São solistas as sopranos Filipa Passos e Maria José Conceição, a meio-soprano Cátia Moreso, a contralto Joana Nascimento, o tenor Pedro Cachado e o baixo André Baleiro.
A celebração do "Te Deum", no último dia do ano, era uma das cerimónias musicais mais importantes do século XVIII, como ação de graças pelo ano findo.
A Temporada Gulbenkian Música tem reposto a tradição numa igreja da zona histórica de Lisboa, como outrora, em particular na Igreja de São Roque.
Em 2013, a Orquestra Divino Sospiro e o Coro Gulbenkian retomaram o monumental "Te Deum" a 20 vozes, de António Teixeira, compositor da patriarcal, um dos bolseiros de D. João V, em Roma.
No ano passado, a Orquestra e o Coro Gulbenkian fizeram a estreia moderna do "Te Deum" de Jerónimo Francisco de Lima, compositor da corte de D. José e de D. Maria I, formado no Seminário da Patriarcal e no Conservatorio di Sant’Onofrio a Capuana, em Nápoles.
Comentários