A iniciativa, de entrada livre, surge da necessidade de dar a conhecer a literatura cigana, da qual “muito pouco se sabe”, a partir de um programa desenhado por Bruno Gonçalves, da Ribaltambição - Associação para a Igualdade de Género nas Comunidades Ciganas, em parceria com a Casa Fernando Pessoa (CFP).
De acordo com a CFP, os oradores convidados procurarão responder a questões como: “Quem são as pessoas ciganas que escrevem em Portugal? Qual é a relação da produção literária atual com a tradição oral? Que editoras e associações publicam autores Roma? O que podemos saber sobre escolaridade e literacia, e sobre incentivos à leitura e à escrita, nas comunidades ciganas de hoje?”.
A primeira mesa de debate tem como tema “Escolarização, leitura e hábitos culturais nas comunidades ciganas atuais”, sobre o qual irão falar Tânia Oliveira, presidente da Associação Ribaltambição, Maria Gil, atriz e ativista pela promoção feminista das mulheres ciganas e pela igualdade de direitos e de oportunidades da comunidade cigana em Portugal, e ainda Cláudio Garcia, filho de pais ciganos, licenciado em Engenharia Informática e mestre em Educação Social, com a dissertação “(ROMA)ria para a escola: Contributos para a inclusão escolar nas comunidades ciganas”.
“O circuito da literatura cigana: quem escreve, quem lê, quem publica” é o mote para uma segunda mesa de conversações, com Olga Mariano, mediadora sociocultural, ativista pelos direitos da comunidade cigana e poeta portuguesa Roma, Paula Moura, do Alto Comissariado para as Migrações, nas áreas da interculturalidade e inclusão, e Natanael Santos, membro da comunidade cigana portuguesa, ativista pelos direitos humanos e cronista em vários jornais.
As mesas serão moderadas por Ana Umbelino que, entre outras funções, fez parte do Grupo Consultivo para a Integração das Comunidades Ciganas em Portugal, em representação da Associação Nacional de Municípios Portugueses, e por Maria José Casa-Nova, conselheira do Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural no que diz respeito à monitorização da aplicação da Estratégia Nacional para a Inclusão das Comunidades Ciganas Portuguesas.
A tarde termina com um momento musical de Diego El Gavi, artista cigano natural de Lisboa, com uma infância vivida em Madrid, onde teve contacto com a língua e cultura flamencas.
Na juventude criou o projeto Les Gitanes, com alguns primos, no qual faziam versões de canções flamencas, e mais tarde começou a desenvolver trabalho original, tendo lançado em 2019 o seu primeiro álbum, “Puerta del Alma”.
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