O outrora poderoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein, preso por violação e que sofre de leucemia, suplicou esta quarta-feira à Justiça norte-americana que o tire da prisão antes de enfrentar um novo julgamento em abril por agressão sexual.

"Não aguento mais. Resisto porque quero justiça e seguir em frente", disse o ex-produtor americano, de 72 anos, segundo a imprensa jurídica e um jornalista da France-Presse (AFP).

Com o seu segundo julgamento marcado para 15 de abril, o ex-magnata de Hollywood pediu ao juiz Curtis Farber que tivesse "piedade". Weinstein queixou-se do que considera condições "medievais" da prisão de Rikers Island, em Nova Iorque.

O ex-líder dos estúdios Miramax também pediu no tribunal de Manhattan que o seu julgamento comece "o quanto antes", já que "cada semana conta". O juiz respondeu que vai avaliar a solicitação.

Weinstein será julgado novamente em Nova Iorque após um tribunal de apelo ter anulado em abril passado a condenação a 23 anos de prisão que lhe foi imposta em 2020 pela violação da atriz Jessica Mann e pela agressão sexual contra a assistente de produção Mimi Haleyi.

O novo julgamento deveria ter começado em novembro, mas Weinstein foi acusado em Manhattan por outro caso de agressão sexual ocorrido em 2006, do qual se declarou inocente e pediu um processo separado.

Weinstein processou a administração penal dos EUA por “privação de cuidados, negligência médica e violação de direitos constitucionais”, após ser internado em dezembro passado devido a “exames de sangue alarmantes”.

O ex-todo-poderoso do cinema americano continua preso porque também foi condenado, em 2023, a 16 anos de prisão por um tribunal de Los Angeles, por outros casos de violência sexual.

As acusações contra Weinstein ajudaram a lançar o movimento #MeToo em 2017, considerado um momento decisivo para a luta das mulheres contra o abuso sexual no trabalho.

Mais de 80 mulheres acusaram Weinstein de assédio, agressão sexual ou violação, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd. Ele afirma que as relações foram consentidas.