O congresso está marcado para 26 e 27 de outubro, no Fórum Municipal Luísa Todi, e a organização espera que seja “uma oportunidade, até hoje inédita, de amplo cruzamento de vários saberes sobre o percurso de José Afonso”, numa altura em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril.
Além disso, a associação quer “estimular a localização e recolha de documentação e material fonográfico relacionado com José Afonso para posterior preservação”.
Ainda sem programa oficial anunciado, estão previstas conferências, comunicações, “sessões testemunhais”, exposições e concertos e a espera-se que reúna tanto “especialistas dedicados ao estudo das várias facetas” da obra de José Afonso, como “colaboradores e amigos do cantor”.
Entre os temas a abordar no congresso estão a intervenção política de José Afonso antes e depois do 25 de Abril de 1974, “o impacto dos anos de Moçambique”, “os aparelhos repressivos”, as “influências culturais e filosóficas” ou ainda “a mulher na obra de José Afonso”.
A comissão organizadora integra responsáveis da Associação José Afonso, do Instituto de História Contemporânea, da câmara municipal de Setúbal e do Instituto de Etnomusicologia.
José Afonso nasceu em 1929, em Aveiro, e morreu em 1987, em Setúbal, cidade se encontram sepultados os seus restos mortais.
A obra do cantautor tem estado a ser reeditada, em acordo com a família, num plano editorial que se iniciou em 2021 e que se prolongará pelos próximos dois anos, disponibilizando álbuns que há muito estavam indisponíveis no mercado e que atestam o percurso lírico e musical do compositor.
Neste plano editorial foram reeditados, por exemplo, o disco de estreia na editora Orfeu, “Cantares do Andarilho” (1968), e também “Cantigas do Maio” (1971), “Venham Mais Cinco” (1973) e “Com as Minhas Tamanquinhas” (1976).
Autor de “Grândola, Vila Morena”, uma das canções escolhidas para senha do avanço das tropas, na Revolução de Abril de 1974, José Afonso morreu em 23 de fevereiro de 1987, de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada cinco anos antes.
Em 2020, o ministério da Cultura abriu um processo de classificação da obra de José Afonso, mas, até dezembro passado, estava por concluir, porque nem todos os proprietários permitem uma avaliação dos bens e materiais fonográficos, segundo informações divulgadas no final de 2023 pela então designada Direção-Geral do Património Cultural.
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