Jonathan Majors fez as primeiras declarações públicas após ter sido condenado por violência doméstica, insistindo que é inocente.

A entrevista exclusiva foi dada ao programa Good Morning America do canal ABC, que pertence ao grupo Disney, que hora e meia após ser conhecida a sentença o despediu do papel de supervilão "Kang, o Conquistador" no Universo Cinematográfico Marvel.

Disney despede Jonathan Majors: ator da Marvel e "Creed III" condenado por violência doméstica
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No início de 2023, a sua carreira ia numa trajetória fulgurante com as estreias nos cinemas do espaço de pouca semanas de "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" e "Creed III", antes de ser detido a 25 de março em Manhattan e posteriormente acusado de violência doméstica por uma agressão, tentativa de estrangulamento e assédio à sua então namorada dentro de um automóvel.

Após um julgamento que durou duas semanas, a 18 de dezembro foi considerado culpado por um júri em duas das quatro acusações: agressão de terceiro grau, causando lesões físicas de forma imprudente, e assédio de segundo grau, sendo absolvido de assédio agravado de segundo grau e agressão do terceiro grau, com a intenção de causar danos físicos.

Esperando pela leitura da sentença a 6 de fevereiro que o pode condenar a um ano de prisão ou, como se prevê, liberdade condicional, Jonathan Majors disse na entrevista a Linsey Davis, jornalista da ABC News, que ficou "chocado e com medo" após ser anunciado um veredito que não compreende "como foi possível com base nas provas" apresentadas em tribunal.

Sobre o que aconteceu no carro, diz que só se recorda de a dançarina britânica Grace Jabbari tentar agarrar no seu telemóvel e ele segurá-lo e puxá-lo para si, altura em que ela o confrontou e lhe deu uma bofetada.

Para ter paz de espírito, o ator chega a dizer que gostaria de perceber como aconteceram os ferimentos que foram registados quando a sua namorada se deslocou ao hospital no dia a seguir, incluindo um dedo fraturado e um corte atrás da orelha.

"Sou um atleta, sou um desportista. Conheço o meu corpo. Sei como se move. Conheço a minha força ou a falta dela. Nada disso foi usado nela", defendeu-se,

Questionado sobre se sentia responsável pelos ferimentos, só assumiu que devia ter tido a coragem de colocar fim a uma relação que descreveu como tóxica e não ter entrado no carro, o que evitaria o que aconteceu naquela noite.

"Fui indelicado com o coração dela, não com o corpo. As minhas mãos nunca atingiram uma mulher – nunca", garantiu.

Em declarações recolhidas pela ABC News, a representante legal de Grace Jabbari disse as palavras do ator revelam que "continua a não a assumir a responsabilidade pelos seus atos" e demonstram "uma clara falta de remorsos pelas ações de que foi considerado culpado".

Na entrevista, Majors disse que quer retomar a sua carreira e reza para isso, mas coloca nas mãos de Deus.

À pergunta se achava merecer uma segunda oportunidade de Hollywood, respondeu "Acho que sim. Espero que as outras pessoas pensem o mesmo".