O programa reúne três peças coreográficas, intitula-se "Step Forward", e "Summer’s Almost Gone", a nova coreografia nele integrada, é "desenhada a partir da relação do coreógrafo com o passeio marítimo de Cascais, e celebra esta paisagem enquanto memória afetiva que se estende até ao presente", segundo um texto da companhia sobre o novo espetáculo.

A Companhia Paulo Ribeiro está instalada desde o início de 2023 no Edifício Cruzeiro, no concelho de Cascais, onde a câmara abriu a Academia de Artes do Estoril para acolher também a Escola Profissional de Teatro de Cascais, o Conservatório de Música e Dança de Cascais e a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras.

"Summer’s Almost Gone" insere-se no corpo de três obras, duas delas do período autoral inicial de Paulo Ribeiro, nomeadamente "Encantados de Servi-lo" - originalmente coreografada para e estreada pela companhia Nederlands Dans Theater, nos Países Baixos - e "Comédia Off", ambas interpretadas pelo Ballet Gulbenkian em 1991 e 1996, respetivamente.

Enquanto "Encantados de Servi-lo" é uma obra que "procura exprimir-se como uma escultura lírica e densa de corpos que, através de um vocabulário vigoroso e virtuoso, se confrontam", a "Comédia Off" é "uma peça de humor que segue os impulsos da génese do gesto e explora a cabotinice e os clichés da comédia musical", descreve.

A partir de observações do quotidiano por parte do coreógrafo e dos seis intérpretes, "Summer’s Almost Gone" forma "um olhar leve, esvoaçante e lúdico sobre as dinâmicas do paredão que percorre a linha entre São João do Estoril a Cascais, um lugar de gestos cosmopolitas onde raramente o Inverno se consegue separar do Verão".

Em 2023, Paulo Ribeiro estreou “Sem um nós não pode haver voz", um “solo coletivo” inspirado no universo do realizador Ingmar Bergman, criado a partir da peça de 2014 "Sem um tu não pode haver um eu”, solo interpretado pelo próprio Paulo Ribeiro.

A Companhia Paulo Ribeiro ficará instalada até 2026 no Edifício Cruzeiro, através de um protocolo com a câmara de Cascais. Além da cedência do espaço, recebe um apoio financeiro de 90 mil euros anuais da autarquia para os próximos quatro anos para desenvolver o seu trabalho, indicou em 2023 o coreógrafo numa entrevista à agência Lusa.