O ano 2020, marcado pela pandemia e que impulsionou a venda de jogos eletrónicos em todo o mundo, também foi o mais lucrativo até agora para Pokémon Go, a adaptação do jogo para smartphones disponível desde 2016.

"Os personagens são tão cativantes e a mecânica dos diferentes jogos tão bem executada que [o fenómeno] é atemporal", disse à AFP o autor especialista em cultura pop japonesa, Brian Ashcraft.

O acervo destes "monstros de bolso" (Pokémon é a contração de "pocket monsters"), rico em centenas de criaturas inspiradas em animais ou na mitologia, continua a crescer ano após anos desde 1996.

O fenómeno, que chegou a diversos objetos, peluches e adaptações cinematográficas, vendeu mais de 368 milhões de jogos e 30 mil milhões de cartas, segundo a Companhia Pokémon, em parte propriedade da Nintendo.

"Pika-Pika"

Atsuko Nishida, que desenhou a personagem do rato elétrico Pikachu, revelou que se inspirou num bolo japonês feito com arroz pegajoso, e os seus colegas, conquistados, incentivaram-na a deixar o personagem ainda mais adorável.

O encanto do vocabulário limitado do Pikachu, baseado em sílabas do seu próprio nome como "pika-pika" ("brilhante" em japonês), também contribuiu para a adoção em massa do personagem por parte dos fãs.

Para Jason Bainbridge, professor da Universidade de Canberra que escreveu extensamente sobre os "Pokémon", as imagens do jogo próximas à realidade e as suas inúmeras personagens são a chave do sucesso.

Desporto de rua

As celebrações do 25 aniversário estão em grande parte em sigilo devido à pandemia, mas no sábado, dia 27 de fevereiro, haverá um concerto virtual que contará com a participação do rapper Post Malone, fã declarado das personagens.

Se continuar a adaptar-se à realidade, o fenómeno poderá facilmente durar mais 25 anos, segundo Bainbridge.

O jogo para smartphones, Pokémon Go, que introduziu mecanismos de geolocalização de realidade aumentada, "realmente ressuscitou a franquia: todos conhecíamos 'Pokémon', mas de repente todos queríamos voltar a jogar", comenta.

Apesar dos diversos acidentes causados por jogadores imprudentes, os caçadores de Pokémon ainda estão nas ruas, especialmente em Tóquio. "Sentes-te como se os tivesses capturado, o que é uma mudança em relação aos outros jogos", disse Tsuyoshi Aihori, de 22 anos, com o smartphone na mão no bairro geek de Akihabara.

Na semana passada, num evento especial, "joguei de manhã até de noite, devo ter capturado 400 ou 500 Pokémons", conta. "Usei todas as minhas pokebolas", remata.

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