Promovido em parceria pelo TeatrUBI (Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior) e pela ASTA (Associação de Teatro e Outras Artes), o evento destaca-se por ser o mais antigo festival de teatro universitário do país – realiza-se “ininterruptamente” desde 1996 –, sendo que em 2020 decorreu em formato online, face à situação pandémica, o que acabou por permitir juntar companhias de países mais distantes que, de outra forma, não teriam participado.

No regresso ao formato presencial, o Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior volta a apostar numa política de captação de públicos que passa por não impor um valor fixo de bilhete, sendo que cada espectador “paga o que pode”.

“Este ano, atendendo que é um ano de transição, optámos por um donativo e quem não quiser doar nada pode entrar na mesma porque a arte também tem de ser acessível a todos”, apontou Rui Pires, diretor do festival.

Ao nível da programação, contará com dez espetáculos que cruzam diferentes linguagens artísticas e que serão apresentados por duas companhias profissionais e sete grupos de teatro de teatro universitário, com a particularidade de um desses grupos, o Maricastaña (Aula de Teatro de Ourense), de Espanha) ter participado em todas as edições.

“É uma relação muito interessante, com 25 anos, e é um grupo que, desta forma, acompanhou a evolução cultural da cultural da cidade”, acrescentou, lembrando que a presença desta companhia também simboliza a longevidade do próprio evento.

As contas dos 25 anos não estão feitas por falta de meios e arquivos, mas a organização lembra que já passaram pelo Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior milhares de pessoas e grupos oriundos de diversos países como França, Itália, Roménia, Brasil, Costa Rica, México, Porto Rico, Venezuela e Espanha.

Sérgio Novo, que integra a organização deste ciclo desde a primeira edição, destacou que o “caminho tem sido árduo”, mas que “nunca deixou de se realizar” e que foi sempre percorrido com “resiliência”.

“Sim é possível conseguirmos fazer um ciclo de teatro, mesmo face a todas as dificuldades que temos tido”, afirmou Sérgio Novo.

Rui Pires também lamentou que a Universidade da Beira Interior (UBI) não dê mais apoio ao grupo TeatrUBI, designadamente com a cedência de um espaço para ensaios.

Todavia, ressalvou que a UBI cedeu o anfiteatro para as apresentações do festival e explicou que vai voltar a apresentar o pedido para a cedência de uma sala de ensaios à reitoria que entrou recentemente em funções.

Com um orçamento de 24 mil euros, a edição deste ano decorrerá entre os dias 4 e 13 de novembro, apresentado um espetáculo por dia, com as sessões a decorrerem, às 21h30, no Auditório das Sessões Solenes da UBI.

O certame arranca no dia 4, com a apresentação de “Cântico Negro”, pelo TeatrUBI/Asta, seguindo-se “Matéria” (dia 5) pela ASTA, “Significa que eu posso fazer alguma coisa” (dia 6), pelo TUT (Teatro Académico da Universidade de Lisboa), e “Aínda que siga brillando a lúa” (dia 7), por Mariscastaña.

“Ao Futuro”, pelo CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra), é apresentado no dia 8, seguindo-se a “Casa da Forza” (dia 9), pela Aula de Teatro da Universidade de Santiago de Compostela, “Solitária” (dia 10), pela Alma d'Arame, “Saudades do futuro” (dia 11), pelo terceiro ano do curso de Teatro de Artes Performativas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, “Experiências sobre o luto” (dia 12), pelo TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra), e “Unidade de Lugar” (dia 13), pelo Grupo de Teatro y Danza de Universidad de Granada.