Após a revista Variety ter informado recentemente que ate Blanchett teria tido «numerosos» casos com mulheres, a atriz australiana negou tais comentários em Cannes.

«Se eu tive relações sexuais com mulheres? A resposta é não», disse à imprensa durante a conferência de imprensa de apresentação de «Carol», o seu novo filme,.

«Na minha memória, perguntaram-me se eu tive relações com mulheres e eu disse «sim, muitas vezes. Mas se você quer dizer de relações sexuais com mulheres, a resposta é não». Mas isso não foi impresso», explicou a atriz.

Entretanto, dois anos após «A Vida de Adèle» ter recebido a Palma de Ouro, «Carol», uma nova história de amor entre mulheres que entusiasmou parte da crítica, pode seduzir o júri de Cannes-

Fiel ao seu estilo sofisticado e a uma determinada época, os anos 50 nos EUA, o americano Todd Haynes trata o assunto de uma forma que não tem nada a ver com o realismo cru de Abdellatif Kechiche.

Depois de «Longe do Paraíso» (2002), no qual Julianne Moore interpretou uma dona de casa dos anos 50 que se entrega ao seu jardineiro negro, ele oferece um novo filme marcado pela pegada dos melodramas de Douglas Sirk.

Em «Carol», adaptação do romance de Patricia Highsmith (1952), escrito sob um pseudónimo sobre um tema muito ousado para a época, Cate Blanchett interpreta o personagem de Carol Aird, uma mulher madura, sofisticada, mas frágil.

Ela é mãe de uma menina e prisioneira do seu casamento com Harge, um rico banqueiro (Kyle Chandler, o treinador Eric Taylor da série «Friday Night Lights»), de quem se está divorciando.

Face a ela, Rooney Mara («Millennium 1: Os Homens Que Odeiam as Mulheres») interpreta Therese Belivet, uma jovem empregada de uma loja de brinquedos e aspirante a fotógrafa, que se pergunta sobre a sua vida e a sua relação com o namorado.

Entre Carol e Therese, o charme vai operar uma primeira troca intensa de olhares na loja onde Therese trabalha. A atração mútua, tensa e conservadora, vai-se transformar num caso de amor, um reflexo de todos os obstáculos da sociedade do início dos anos 50 que minam um relacionamento homossexual.

«No final do filme, as duas mulheres são muito diferentes do que eram no início», ressaltou Todd Haynes na conferência de imprensa do filme.

Cate Blanchett, de 46 anos, que assumiu a pele do cantor Bob Dylan no filme anterior de Todd Haynes «I'm Not There - Não Estou Aí» (2007), explicou por sua vez apreciar «as notáveis ​​referências visuais» do cineasta.

«Sabia que seria uma paleta de cores, sabia qual seria a atmosfera», disse a atriz, que recebeu o Óscar de Melhor Atriz em 2014 por «Blue Jasmine», de Woody Allen.

A estética retro com cores quentes, semelhante à de «Longe do Paraíso», com cenas de interior banhadas em tons de rosa e amarelo envelhecido e uma América vista pelas janelas molhadas dos carros brilhantes com curvas sensuais, ajuda a instalar a pitoresca atmosfera dos anos 50 deste filme, que seduziu parte da crítica em Cannes.

A crítica também não tem sido insensível à dupla de atrizes, especialmente quanto à interpretação de Cate Blanchett no seu papel de burguesa segura de si mesma e revelando as suas fraquezas, a beleza fatal perfeita.

A revista americana Variety elogiou a «performance brilhante» das atrizes num filme «de grande refinamento», ressaltando, em particular, a interpretação «brilhante» de Cate Blanchett.

Para o jornal britânico The Guardian, Cate Blanchett «cativa» num filme «belo» e «extremamente inteligente», enquanto para o site americano especializado Indiewire o filme é uma «obra-prima».

Para a revista especializada Première, no entanto, há um «drama social em roupas limpas e sem vincos», mas «nenhuma faísca».

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