O concerto está marcado para o dia 22, nas vésperas do natal, e por estes dias o grupo passa grande parte do tempo no estúdio e sala de ensaio, em Lisboa, que tem estado a construir aos poucos, e onde já gravou o último álbum, "Capitão Fausto têm os dias contados"...
Numa pausa nos ensaios, Tomás Wallenstein (vocalista) e Francisco Ferreira (teclista) contaram à agência Lusa que, neste concerto, o grupo estará acompanhado de outros nove músicos, de modo a aproximar as canções ao vivo do que foi gravado em estúdio.
"Capitão Fausto têm os dias contados", o terceiro álbum, saiu na primavera e é descrito pelo grupo como o mais melódico e complexo, com mais harmonias vocais e a entrada de instrumentos de cordas acústicos e de sopro.
Durante os últimos meses, o grupo deu vários concertos pelo país, de salas pequenas a festivais - do Rock in Rio a Paredes de Coura - com as canções novas despidas dos arranjos iniciais, fixas nos cinco músicos fundadores.
Agora, no Coliseu, os Capitão Fausto levarão contrabaixo, trompa, trompete, clarinete, conga e maracas, como elencou Tomás Wallenstein, e arranjos reescritos, mais fiéis ao disco.
O último álbum deverá ter mais destaque no alinhamento, mas está prometida uma "dose homeopática" de novos arranjos para temas dos discos anteriores, "Gazela" (2011) e "Pesar o sol" (2014).
Francisco Ferreira explicou que o palco estará montado na plateia, numa ilha rodeada de público e onde os músicos estarão virados uns para os outros. "É como ensaiamos, a olhar uns para os outros. Nesse caso vai ser mais parecido com o ensaio", rematou Tomás Wallenstein.
Para ambos, a expectativa de tocar no Coliseu dos Recreios é sobretudo pelo que estão a preparar e não pelo peso dos 126 anos desta sala: "O que está a ser mesmo especial é a parte do cenário, a disposição do palco, os arranjos, a massa sonora. Isso é tudo mais especial. O coliseu é que proporciona isso ser especial. É um ponto da nossa carreira".
Este é um concerto que fecha a agenda de 2016 dos Capitão Fausto e, para breve, será anunciada uma digressão por auditórios e teatros.
"Foi um ano em cheio. Conseguimos lançar um disco, tocar em imensos bares, em imensos festivais, conseguimos fazer um ou outro 'fora do baralho'. Não parámos quietos, estamos muito contentes", disse Francisco Ferreira.
Para 2017, estão a ser preparados também os primeiros lançamentos editoriais de artistas portugueses pela editora Cuca Monga, que fundaram.
"Durante alguns anos experimentámos o que era fazer editora e como funcionava, com as nossas coisas. Modernos, Bispo, El Salvador - no fundo eramos sempre nós. Queríamos saber como é que se marca concertos, como se faz promoção. Não é um negócio, é uma coisa para fazer acontecer coisas", disse Tomás Wallenstein.
Os Capitão Fausto integram ainda os músicos Domingos Coimbra (baixo), Manuel Palha (guitarra e teclados) e Salvador Seabra (bateria).
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