O artista português Carlos Bunga vai apresentar um novo trabalho, no Palácio de Cristal, em Madrid, entre abril e setembro do próximo ano, anunciou o Museu Rainha Sofia.

“Boa parte da obra [de Carlos Bunga] impugna a conceção da arquitetura como linguagem do poder, questionando inércias enraizadas como ordem, solidez ou eternidade. Bunga prescinde voluntariamente da grandiloquência dos materiais tradicionais e aposta na precariedade de estruturas compostas por pedaços de cartão e fita adesiva”, pode ler-se na descrição patente no ‘site’ do museu.

A exposição do artista nascido no Porto em 1976 vai estar no Parque do Retiro, de Madrid, entre 8 de abril e 4 de setembro de 2022.

“Como construções efémeras, sujeitas à circunstância do tempo e do lugar, as intervenções de Carlos Bunga têm, adicionalmente, a capacidade de desconstruir os espaços onde estão inseridas para os ressignificar”, acrescenta o museu.

Sobre o trabalho proposto para o Palácio de Cristal, a instituição indica que se trata da “continuação de investigações prévias com as quais incorpora novas camadas de leitura num local já de si conhecido”.

“Os ciclos da natureza que circundam o Palácio, assim como o contexto em que foi originalmente construído o edifício, constituem algumas das chaves para a sua nova instalação”, lê-se no mesmo texto.

Carlos Bunga formou-se na Escola Superior de Artes e Design, nas Caldas da Rainha, estudou em Nova Iorque e venceu o prémio EDP Novos Artistas em 2003.

É também um dos artistas presente na mostra coletiva "Inaspettatamente", patente em Bruxelas, na galeria Cloud Seven, que reúne mais de 300 obras da coleção de arte do produtor de cinema e televisão Frédèric Goldschmidt, entre as quais se encontram peças de outros portugueses como Helena Almeida, Rui Calçada Bastos, Fernanda Fragateiro, Diogo Pimentão e Francisco Tropa.

A exposição, anunciada pela galeria, inclui também os artistas brasileiros Sebastião Salgado, Sergio Camargo, Paulo Roberto Leal, Luciana Magno, Rodrigo Matheus e Aline Motta.

Centrada na produção artística dos anos de 1960-1970, a exposição, com curadoria de Grégory Lang, apresenta ainda peças de criadores como John Baldessari, Louise Bourgeois, Cristina Garrido, Sol LeWitt, Lisa Oppenheim, Gabriel Orozco, Robert Rauschenberg, Wolfgang Tillmans e Andy Warhol.

Inaugurada na passada quinta-feira, a mostra fica patente até 30 de janeiro de 2022, e funciona como antevisão da abertura da totalidade do espaço da Cloud Seven, em fevereiro, que acolherá a coleção de Frédèric Goldschmidt, uma área de trabalho partilhado, um estúdio de gravação e espaços dedicados a residências artísticas, entre outras valências.