
Sob o signo da consagração do Rio de Janeiro como Capital Mundial do Livro, pela UNESCO, a programação deste ano da Bienal do Livro assume um caráter mais inovador, inclusivo e imersivo, transformando o Riocentro num verdadeiro “Book Park”, lê-se no site do evento.
A edição deste ano, que começa esta sexta-feira, contará com mais de 300 participantes nacionais e internacionais - entre escritores, curadores, mediadores, artistas e convidados das diversas áreas da cultura - e 200 horas de conteúdo ao longo dos seus 10 dias de programação, especifica a organização do certame.
Entre os convidados contam-se o escritor, ilustrador e músico português Afonso Cruz, que participa, no dia 19, numa sessão intitulada “Escritas singulares, temas universais”, com a escritora brasileira Aline Bei, que tem publicado em Portugal “O peso do pássaro morto” e “Pequena coreografia do adeus”, e o romancista e poeta argentino Pedro Mairal, que tem “A uruguaia”.
Segundo a organização, este painel junta autores que levam nacionalidades distintas e estilos de escrita singulares, mas compartilham “a rara habilidade de emocionar e criar identificação no leitor, com narrativas potentes que abordam temas profundamente atuais”.
No dia 21, a jornalista e escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho, participará numa conversa com o escritor brasileiro Milton Hatoum e com a escritora e professora chilena, residente nos Estados Unidos, Lina Meruane, mediada pela diretora editorial brasileira Laura di Pietro, subordinada ao tema “Palavra em resistência: literatura, memória e Palestina”.
Neste encontro, os participantes conversam sobre o que os conecta à região — por afetos, origens e inquietações — e como a literatura pode ser uma forma de lembrar, resistir e imaginar futuros, numa troca de ideias sobre livros, fronteiras e a força da palavra em tempos difíceis.
Alexandra Lucas Coelho, que se tem afirmado como ativista pela causa palestiniana, publicou recentemente (em maio) o livro “Gaza Está em Toda a Parte”, uma crónica da aniquilação da Palestina, que abre com a sua última ida a Gaza.
O tema já tinha sido abordado em três obras anteriores: “Oriente Próximo”, “E a noite roda” e “Líbano, Labirinto”, este último vencedor do Prémio Oceanos 2022.
A edição de 2025 da bienal vai pôr o foco na valorização da leitura, na tecnologia e inovação, na equidade e inclusão, e na conexão entre literatura e território urbano, refere a organização, destacando que o evento prestará ainda homenagem ao jornalista e escritor Ruy Castro, que vai lançar dois livros durante o evento.
Além deste famoso biógrafo, contam-se entre os participantes brasileiros escritores como Itamar Vieira Júnior, Jeferson Tenório, Geovani Martins, Giovana Madalosso, Adriana Lisboa, Andréa del Fuego, Mariana Salomão Carrara, Tati Bernardi ou Conceição Evaristo, muitos deles presenças assíduas em Portugal.
A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie e a britânica Cara Hunter estão entre os nomes internacionais mais conhecidos do grande público, que participam no certame.
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