A premissa na noite era simples. Os Equations vinham do Porto para apresentar o segundo disco, "Hightower". Contudo, não vinham sozinhos. Killimanjaro e Marvel Lima foram os fiéis amigos que abriram as hostilidades para uma noite que prometia aquecer a todos os presentes na Galeria Zé Dos Bois, em Lisboa.

Marvel Lima foram os primeiros a atuar. Uma menção honrosa para esta banda que está a prestes a lançar o seu álbum este ano. O registo de rock psicadélico foi interessante, a notar-se uma harmonia entre a guitarra, percussão, bateria, baixo e teclas. Ainda se nota que estão a dar os primeiros passos, mas a primeira atuação ficou bem entregue a estes meninos bejenses.

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"Viemos de Barcelos para esta grande noite", anunciou logo à partida Zé Roberto, o vocalista e guitarrista dos Killimanjaro. Quem pensa que o topo da montanha é frio engana-se. Killimanjaro aqueceu a ZDB com os riffs diabólicos do guitarrista, devidamente acompanhados pelo baixista Masquete e pelo baterista Joni. Com um álbum, "Hook", lançado no ano passado, o primeiro disco, homónimo, lançado em 2011, não foi esquecido, como foi comprovado com "Killimanjaro", faixa tocada com toda a intensidade provida de quem tem alma nortenha.

Se por vezes as bandas de rock se perdem nos instrumentais e nas riffadas longas, os Killimanjaro são competentes no que fazem. Nem é muito, nem pouco. É justamente aquilo que se quer. Por vezes a energia do concerto incitava a um mosh, mas o público conteve-se. O espaço já era muito pouco para tanta gente.

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Os Killimanjaro apenas pecam pela escassez do tempo, porque menos de uma hora é muito pouco para eles. "Temos de nos guardar para a grande actuação de Equations", remataram no final da sua atuação.

Quem olhava para a rua, via pessoas à chuva a tentar perceber o que se passava dentro da ZDB. Porventura, pessoas que não conseguiram bilhete, pois o concerto ficou esgotado. Era 00:10, mais coisa menos coisa, quando tudo ficou sintonizado para acolher a nova pérola do norte, os Equations. Mais um produto da cantera da Lovers&Lollypops, responsáveis também pela descoberta dos The Glokenwise, Duquesa, entre outros valores também do Porto.

Com direito a claque presente, mais efusiva a Zezé (José Cordeiro, baixista), a banda composta também por Vítor Martins (também guitarra e teclas), Bruno Martins (voz e sintetizador), Gonçalo Duarte (guitarrista) e Zé Pedro na bateria, vieram com a missão de apresentar o Hightower ao público lisboeta, um álbum que já foi aclamado pela crítica como um revival dos anos 1970 transportado para pleno século XXI.

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Em comparação com o anterior álbum, "Frozen Caravels", é notória a aposta no sintetizador, algo que por vezes dá a ideia de que pode inferiorizar na sonoridade dos restantes elementos musicais. Contudo, é um pormenor mínimo, até porque o sintetizador lidera com toda a pujança, por exemplo na fantástica "Atmos/Every Thought Has a Grain" ou na viagem intergalática de "Slow Trials". Quem também não ficou fora da festa foram as guitarras (a garra era tanta que até saiu a fava ao Gonçalo, a ver a sua guitarra com uma corda partida em pleno concerto). O final de "Ascent" ou "Afterlights" (tema que abriu o concerto) são algumas das provas que sustentam o afirmado.

Zezé ao longo do concerto desdobrou-se em agradecimentos, a todos os presentes e a todos os que tornaram possível a vinda da banda à ZDB. Nós também agradecemos a vinda deles.

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