“A obra ‘Honrar quem trabalha’ da autoria de Alexandre Farto aka Vhils, vai integrar a fachada do edifício dos Paços do Concelho, e presta homenagem ao trabalho de Alfredo Cunha que, através da sua lente, cobriu a Revolução dos Cravos”, informou, em comunicado, a Câmara da Amadora, no distrito de Lisboa.
A inauguração do painel, agendada para as 9h30 de 25 de abril, faz parte do programa de celebração de meio século de liberdade e democracia em Portugal, pelo município da Amadora.
O painel é composto “por mais de 4.000 azulejos dispostos em uma área de 88 m2 [metros quadrados], através de uma técnica em azulejo vidrado desenvolvida pelo artista português Alexandre Farto” e “recria uma imagem captada por Alfredo Cunha, durante uma manifestação em agosto de 1975, na qual foi devolvida ao povo a possibilidade de lutar por melhores condições” e retrata um trabalhador da Sorefame, localizada na Amadora.
A interpretação contemporânea de Vhils “surge a partir de um desafio lançado pelo fotógrafo” e resgata uma fotografia “do passado para o presente num salto de 50 anos, através de uma peça intemporal que se transformará numa paisagem urbana da primeira ‘Cidade que Nasceu de abril’”, salienta-se na nota.
O projeto, concebido para a Câmara da Amadora, “pretende ser um espaço de reflexão e apreciação, e destaca a importância de preservar e reinterpretar as narrativas visuais que moldaram a identidade portuguesa”, acrescenta-se.
O programa de “Amadora, Cidade de Abril” vai da música à arte urbana, do cinema à poesia, passando pela fotografia, através das imagens captadas por Alfredo Cunha, na exposição “25 de Abril de 1974, Quinta-feira”, na Galeria Municipal Artur Bual até 23 de junho, e em 50 ‘outdoors’ espalhados pelas ruas do município da Amadora.
A garota não, nome artístico de Cátia Mazari Oliveira, atua em 26 de abril, pelas 21:00, no Cineteatro D. João V, na Damaia, na cerimónia em que receberá pelo seu álbum “2 de Abril” o Prémio José Afonso 2023, promovido pela Câmara da Amadora desde 1988 com o objetivo homenagear o cantor e compositor português e incentivar a criação musical de raiz portuguesa.
Os Boémia sobem ao palco nos Recreios da Amadora, em 27 de abril, para apresentarem o álbum “Génese”, que narra a transição da ditadura para um Portugal livre e democrático.
Além do 12.º Amadora Jazz 2024, de 9 a 12 de maio, “Os Portugueses” de Rodrigo Leão, em 15 de setembro, e o festival Amadora BD, de 17 a 27 de outubro, inseridos na temática da Revolução dos Cravos, a exposição “Amadora, primeiro município de Abril” ilustra o desenvolvimento do território e da população antes e após o 25 de Abril, até à sua formação como cidade, e está patente até 4 de maio de 2025, no Núcleo Museológico do Casal da Falagueira.
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