As vendas globais de música baixaram 3,9% (sensivelmente 10,8 mil milhões de euros) em 2013, apesar das receitas provenientes de serviços de streaming, como o Spotify ou o Deezer, terem crescido de forma acentuada.

Os números publicado ontem pela IFPI, organização que representa os interesses da indústria discográfica, no seu relatório anual, evidenciam um retrocesso por parte das editoras, após uma subida de 0,3%, em termos globais, durante 2012, ano que apresentou o primeiro crescimento desde 1999.

A IFPI culpou o Japão pela descida global em 2013, realçando o impacto de uma descida de 16,7% nas vendas num país que é responsável por mais de um quinto das vendas globais. Se não tivéssemos em conta o Japão, a descida global estaria nos 0,1%.

No geral, as vendas físicas de CDs e vinis decresceram 11,7%, a que correspondem 5,5 mil milhões de euros, enquanto que as vendas digitais cresceram 4,3%, o que se traduz em 4,2 mil milhões de euros. Neste último setor, as vendas de downloads reduziram em 2,1% (2,8 mil milhões de euros) enquanto que os ganhos provenientes de serviços de subscrição de música cresceram uns impressionantes 51%, para 800 milhões de euros.

O crescimento das receitas provenientes de streaming dificilmente irá fazer diminuir o debate sobre se este tipo de serviço está a compensar as quebras nas vendas físicas de CDs e também dos downloads.

O relatório do IFPI apoia fortemente os serviços de streaming, indicando o seu crescimento global em 2013, nos EUA e nos cinco maiores mercados europeus - Reino unido, França, Alemanha, Itália e Holanda. “Tornou-se claro que os serviços de streaming e subscrição são um modelo mainstream para o nosso negócio”, escreveu o director executivo da IFPI, Frances Moore, na introdução do relatório.

“Em 2011, existiam 8 milhões de subscritores de serviços de streaming, hoje são 28 milhões” concluiu Moore.

Paulo Costa